O Acidente Vascular Cerebral - AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil, o que gera grande impacto econômico e social. A implantação das Unidades de AVC representa um grande marco para o tratamento da doença pois, por si só, podem reduzir a mortalidade em 20% por ano, além de propiciar a redução das sequelas através do tratamento adequado proporcionado através da trombólise. Esse estudo objetiva analisar o impacto da implantação do Comitê de Gestão do Protocolo de AVC Agudo no Hospital Regional do Cariri. Trata-se de um estudo de caso retrospectivo de abordagem quantitativa, realizado no HRC entre os anos de 2015 e 2017. A estratégia para obtenção dos dados foi a observação participativa com foco na melhoria do cuidado ao paciente com AVC através do aumento do número de trombólises realizadas nos pacientes elegíveis. A Unidade de AVC agudo foi implantada no Hospital em 2013, porém o Comitê de Gestão do Protocolo foi criado somente em 2016. Entre as ações implantadas pelo Comitê destacam-se: acordo com o SAMU para encaminhamento imediato dos pacientes com suspeita de AVC através do sistema de “vaga zero”; distribuição da ficha de LAPSS para avaliação precoce nos outros hospitais componentes da rede; gerenciamento dos indicadores tempo porta-agulha, tempo porta-tomografia e taxa de trombólises realizadas em pacientes elegíveis. O Comitê, juntamente com a alta liderança do hospital, reúne-se mensalmente para análise dos resultados e elaboração de estratégias de melhoria, dessa forma observou-se que a perda de tempo nas etapas do processo constitui uma das principais fragilidades com impacto na realização do trombolítico, uma vez que em 2015 apenas 12% dos pacientes elegíveis realizaram o tratamento. As principais causas de demora nas etapas do processo de atendimento foram analisadas e o grupo gestor deliberou as ações para buscar a redução do tempo de cada fase. Como resultado da execução e acompanhamento sistemático das ações realizadas, em 2017, 71% do pacientes elegíveis realizaram a trombólise no tempo adequado, reduzindo de 88% do ano de 2015 para 30% em 2017 os casos de não realização de trombolítico por perda de tempo no processo de atendimento. Assim sendo, a implantação de um comitê de gestão com foco na melhoria das etapas do processo propiciou a obtenção de resultados ainda mais satisfatórios, proporcionando maior qualidade assistencial para os pacientes. Entretanto, persiste o desafio para que mais pacientes sejam beneficiados com o tratamento adequado que lhes propicia maior qualidade de vida após a doença.
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Rafael Rossi
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RONALDO RUIZ
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