Trabalho em rede de hospitais universitários brasileiros como transformador para a gestão de riscos em saúde e a segurança dos pacientes

  • Autor
  • Helaine Carneiro Capucho
  • Co-autores
  • Bruna Mafra Guedes , Leili Mara Mateus da Cunha , Lorena Bezerra Carvalho , Márcia Amaral Dal Sasso , Ricardo Malaguti
  • Resumo
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    Introdução: Programas de segurança do paciente que contemplem mudança de cultura, treinamentos e introdução de boas práticas são capazes de aumentar o clima de segurança, reduzir taxas de eventos adversos graves, reduzir danos evitáveis, a mortalidade hospitalar e os custos. No Brasil, foi instituído programa nacional que contempla a introdução de boas práticas e mudança de cultura em 2013. Um ano depois, uma estatal que gere hospitais universitários federais brasileiros customizou um programa para sua realidade, tendo como base o programa nacional. Tal programa introduziu trabalho em rede com seis pilares: diretrizes para estrutura, processos e resultados em segurança do paciente e vigilância em saúde, harmonizando o trabalho das instituições participantes; comitê consultivo e deliberativo formado por todas as instituições participantes, as quais têm voz e voto em reuniões mensais; software em plataforma web para notificação, tratamento, monitoramento e avaliação de incidentes em saúde; projetos de incentivo, com promoção de educação continuada e formação profissional, além de reconhecimento de instituições destaque com premiações e menções honrosas; comunicação em rede, possibilitando a troca de experiências por videoconferências, aplicativos de mensagens instantâneas, e-mails e telefone; painel online de indicadores de qualidade e segurança do paciente, para benchmarking de processos e resultados.

    Objetivo: Avaliar os efeitos de um programa de segurança do paciente (PESP) em rede para promoção de ações de gestão de riscos e segurança do paciente em 39 hospitais universitários federais brasileiros (HUF), por meio da comparação da situação das instituições antes de entrar na rede de hospitais e em abril de 2018.

    Resultados: Ao entrar na rede, apenas 23 hospitais possuíam núcleo de segurança do paciente. Atualmente, os 39 (100%) possuem. Apenas 22 hospitais possuíam processo de notificação, e após o PESP 35 possuem, sendo que 32 deles utilizam o software da rede. Quanto ao plano de ação pela segurança do paciente, 13 hospitais possuíam ao entrar na rede e hoje são 37 (95%) hospitais com planos em execução. Quanto à gestão de riscos assistenciais, houve aumento de 155% na execução de todas as etapas (9 hospitais antes e 23 após). É possível averiguar que o tempo em que os hospitais estão no programa em rede faz diferença para a execução de ações que cumpram com o requerido na legislação de segurança do paciente e vigilância em saúde: o grupo que tem 4 anos no programa (23 HUF) cumpre com 79% dos requisitos, o que tem 3 anos (5 HUF), 63% e o que tem 2 anos (10 HUF), 50%. Em todos, houve aumento em relação a quando entrou na rede e em abril de 2018: 38%, 20% e 22%, respectivamente.

    Considerações Finais: O trabalho em rede possibilita intensa troca de experiências, otimização de recursos humanos, financeiros e de tempo, além de promover ciclos ricos de aprendizado e melhoria para os profissionais e instituições envolvidos. Como consequência, um programa de segurança do paciente instituído e aplicado em rede resulta em ganhos nas melhorias dos processos de gestão de riscos nas instituições que falam parte desta rede.

  • Palavras-chave
  • segurança do paciente, trabalho em rede, resultados
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