Monitoração da Interação Farmacoterapêutica com a Nutrição Enteral na Prevenção de Iatrogenias.

  • Autor
  • Juang Horng Jyh
  • Co-autores
  • Giuseppa Biondo Verdini , Loraine Martins Diamente
  • Resumo
  •  

    A farmacoterapia deve ser exercida com conhecimento e profissionalismo para trazer os reais benefícios aos pacientes. O processo de prescrição e administração de medicamentos é fundamental no tratamento de doentes internados, assim como é a necessidade de fornecimento de nutrição enteral adequada aos pacientes debilitados e recebendo a dieta por via sondas enterais. Este processo, no entanto, apresenta riscos de possíveis interações dos medicamentos com estas dietas. Com o objetivo de monitorar e prevenir eventos adversos consequentes da possível interação fármaco-dieta enteral, foram realizadas estudos e levantamentos de todos os medicamentos padronizados e dispensados pela Autarquia Hospitalar Municipal (AHM) da Prefeitura de São Paulo, analisando as suas propriedades farmacocinética e farmacodinâmica, principalmente com respeito às recomendações e os cuidados necessários para a sua administração. Todos os medicamentos levantados foram analisados baseados nos dados contidos na Micromidex, informações dos próprios fabricantes e nas revisões do UP To Date. Este estudo foi  iniciado em março de 2016, sendo concluído no final de novembro de 2016, resultando num manual de orientações que foi adotado pela Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) de um hospital público de ensino, com 400 leitos ativos, sendo aplicado em todos os pacientes que recebem nutrição enteral. Resultados: Foram analisados 222 medicamentos padronizados pela AHM, sendo realizadas intervenções e orientações para os seguintes aspectos: a) tempo necessário de pausa da dieta; b) métodos de preparo e de diluição necessária para o medicamento não obstruir a sonda enteral; c) observar a diluição de soluções hiperososmolares para evitar transtornos gastrintestinais; d) medicamentos que não devem ser administrados por sondas enterais; e) cuidado que o funcionário deve ter consigo mesmo no preparo (risco profissional, como no caso de trituração de comprimidos de Azatioprina)). Atualmente, em todas as visitas da EMTN, sempre foram necessárias as intervenções, chegando em até 15% dos pacientes assistidos, que varia de 35 a 50 pacientes em nutrição enteral por dia. Essas intervenções foram importantes por ter evitado vários possíveis eventos adversos; tais como, a não efetividade dos medicamentos (principalmente no caso de anticonvulsivantes e antibióticos da classe de quinolonas), sobredosagens (formulações de ações prolongadas e retardadas), perdas de sondas enterais por obstrução e mesmo a suspensão de dietas enterais por diarreias decorrentes de soluções hiperosmolares. Conclusão: é fundamental a instituição de monitoração da interação farmacoterapêutica com a nutrição enteral em todos os hospitais, pois fato notório é que as iatrogenias aumentam a morbi-mortalidade, o custo terapêutico, o tempo de internação, e ainda estressam os cuidadores e comprometem a qualidade e credibilidade assistencial da instituição.

  • Palavras-chave
  • Farmacoterapia, monitoração, nutrição enteral, prevenção de iatrogenia, sondas enterais, dieta enteral, evento adverso
  • Modalidade
  • Pôster
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