Introdução: A transfusão é uma terapia relevante em pacientes em todo o mundo, especialmente em pacientes críticos. Apesar dos grandes avanços ocorridos na medicina transfusional, a transfusão continua sendo um procedimento que envolve riscos, sejam eles, relacionados às falhas no processo durante o ciclo do sangue, ou decorrentes da má indicação ou uso inadequado dos hemocomponentes, ou inerentes ao próprio receptor1. A educação continuada médica e de enfermagem tem um papel importante nesse contexto, pois pode ajudar os profissionais de saúde a compreenderem as melhores indicações e, também, diminuir os erros2. Objetivo: Mostrar o impacto da educação médica e de enfermagem sobre a prática transfusional: na melhoria dos processos, na otimização dos recursos, no crescimento do capital intelectual, bem como na segurança da atividade assistencial. Métodos: Este estudo é uma análise retrospectiva baseada em prontuários e banco de dados do Banco de Sangue. Como a transfusão é uma prática comum e o uso excessivo de alguns hemocomponentes pode levar a ocorrência de desrespeito às regras de segurança estabelecidas (dupla checagem, limite de tempo para infusão de hemocomponentes, registro de sinais vitais pré, 10 minutos e pós-transfusão e caráter do sangue produto irradiado, filtro, lavado). O HCFMUSP, por meio do Comitê de Avaliação e Controle em Medicina Transfusional e das Gerências de Riscos, organizou em 2014 um plano de melhorias que incluiu: 1. Revisão e atualização das recomendações institucionais sobre as regras de transfusão e segurança para os profissionais de saúde; 2. Implantação do Tutorial online para prescrição, instalação e controle transfusional; 3. Implantação de auditoria de prontuários. As variáveis analisadas foram: número de hemocomponentes dispensados, característica do hemocomponente solicitado, registros dos controles pré, 10 min e pós-transfusão e número de acesso e aprovação no Tutorial online. O principal alvo deste estudo foi medir o impacto da educação médica e de enfermagem na prática transfusional. Resultados: Houve expressiva participação tanto no tutorial médico (n= 806) quanto no da enfermagem (n=2567), redução de aproximadamente 25% do número de hemocomponentes dispensados a partir de 2015 e aumento da qualidade dos registros dos controles transfusionais (dupla checagem, limite de tempo para infusão, sinais vitais pré, 10 min e pós). Considerações Finais: Investimentos em formação médica e de enfermagem podem trazer grandes vantagens e chances de melhorias dentro do hospital. Incentivos institucionais a essa ferramenta podem impactar no ambiente clínico em diversos aspectos como, segurança aos pacientes, disseminação de conhecimento e diminuição de custos financeiros.
Comissão Organizadora
Rafael Rossi
ANVISA
R3 Aline
RONALDO RUIZ
Comissão Científica