INTRODUÇÃO
A hemoterapia tem sido empregada na medicina com finalidade terapêutica e vem se destacando gradativamente, no entanto como qualquer procedimento terapêutico, oferece riscos aos receptores, exigindo cuidados criteriosos durante as transfusões.
Protocolos de administração de hemocomponente referenciados a partir das normas vigentes como a Portaria n°158 de 4 de fevereiro de 2016 e RDC 34 de 11 de junho de 2014, devem ser elaborados a fim de atender essas regulamentações, não sendo diferente em nossa instituição, porém um protocolo desta grandeza não apresentará resultados efetivos se o mesmo não tiver sua adesão monitorada.
No intuito de atender as normas vigentes aprimorando as boas práticas na hemoterapia, com foco na segurança do paciente, temos com rotina auditorias em prontuários de pacientes submetidos a terapia transfusional, onde o check list de auditoria contempla os pontos criticos deste processo como: aferição e registro dos sinais vitais, no inicio e término da transfusão, anotação do numero da bolsa, dupla checagem de instalação e registro de intercorrências.
Durante as auditorias observou-se falta de espaço adequado nos prontuários para anexar as etiquetas dos hemocomponentes instalados e anotação de enfermagem referente ao hitórico transfusional do paciente.
Frente a este problema em setembro 2017, elaboramos um impresso para registros do histórico transfusional do paciente, contendo espaço adequado para anexar as etiquetas de identificação dos hemocomponentes, bem como todas os registros obrigatórios pertinentes ao protocolo, já fortalecendo a hemovigilância de 24 horas houve a implementação da placa de hemovigilancia contendo informações ilustrativas, objetivas e essenciais para uma transfusão segura, e informações para detecção de possíveis reações que o paciente possa vir apresentar em 24 horas.
OBJETIVOS
Priorizar a segurança do paciente através das boas práticas na terapia transfusional, fortalecendo a cultura de hemovigilância na assistência.
Reduzir o índice de não conformidades referente aos registros obrigatórios na hemoterapia.
Padronisar a organização em prontuários, com intuito de facilitar investigação em reações transfusionais.
RESULTADO
Com a implantação do check list de instalação de hemocomponentes obtivemos os seguintes resultados:
Comparado ao primeiro semestre de 2017 este ano obtivemos uma redução de 89% das não conformidades em geral, dessas não conformidades o maior número se referiam ao não registro do nº do hemocomponente transfundido, sinais vitais no término da transfusão e consequentemente o término da mesma propriamente dito, resultando em um numerador de 187 não conformidades em 2017, vindo a reduzir para 32 em 2018.
Adesão a 100% dos profissionais ao novo modelo de impresso e consequentemente acompanhamento preciso do paciente durante e pós transfusão;
Referencia de Benchmarking para os demais hospitais da região;
Ponto forte em relatório de auditoria realizada pela vigilância sanitária regional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Algumas reações transfusionais nem sempre podem ser evitadas, devido a resposta imune do receptor contra as células do doador, no entanto, vale ressaltar que, frente as implementações das ações citadas, bem como o monitoramento em prontuários dos pacientes em hemoterapia, observou-se o engajamento da equipe assistencial, redução significativa das não conformidades em registros nos prontuários e organização padronizada facilitando as investigações e monitoramento nos prontuários.
Comissão Organizadora
Rafael Rossi
ANVISA
R3 Aline
RONALDO RUIZ
Comissão Científica