A Convenção sobre as Áreas Úmidas Mundiais, conhecida como Tratado RAMSAR considerou como de importância estratégica para o futuro do planeta algumas regiões, a exemplo de pântanos, turfeiras, rios, lagos e áreas costeiras, sobretudo, os estuários, manguezais, corais, campos litorâneos, etc. O Maranhão possui três zonas categorizadas como RAMSAR: Baixada Maranhense, Reentrâncias Maranhenses e o Parcel do Manoel Luís. A chancela como sítio RAMSAR recomenda que os entes federados e a sociedade em geral realizem diagnósticos, inventários e monitoramento em diferentes áreas do conhecimento, com vistas a fornecer subsídios técnico-científicos para a gestão e o uso sustentável dos recursos oriundos destas regiões. Neste contexto, a comunicação abordará três eixos de análise, que relacionam paisagem, ambiente e sociedades, em uma perspectiva atual e passada, pelo viés da História, Arqueologia e Ciências Ambientais, com enfoque na Baixada Maranhense e Reentrâncias Maranhenses. Para tanto, as regiões em análise serão caracterizadas em seus aspectos bióticos e abióticos, com vistas a enfocar os aspectos hídricos, especialmente a sazonalidade das águas que tem relações diretas com o uso e ocupação do espaço em sua longa duração. Tais informações serão correlacionadas com dados arqueológicos, que vêm realizando um amplo levantamento arqueológico em áreas de Sítio Ramsar, resultando na identificação de sambaquis, palafitas pré-coloniais, sítios de agricultores e ceramistas, sítios Tupinambá e sítios de contato e história. A conjunção das áreas de conhecimento envolvidas será materializada em mapas temáticos demonstrando o conhecimento já disponível sobre o ambiente e sociedade nas áreas do Sítios Ramsar do Maranhão. A correlação dos aspectos ambientais, histórico e arqueológicos, a partir da perspectiva do estudo da paisagem vem possibilitando construir conhecimento interdisciplinar, sobretudo, em uma área de extrema relevância para manutenção da biodiversidade e sociodiversidade do Brasil.