A educadora e pesquisadora Ana Mae Tavares Bastos Barbosa (ou simplesmente Ana Mae Barbosa), preocupada com a democratização do conhecimento em artes, vinculado a uma educação descontextualizada, percebeu a relevância de conhecer o processo histórico do ensino para interferir no mesmo com consciência. Nesse sentido, Ana Mae Barbosa contribuiu com relatos e reflexões que conduziram o trabalho dos arte/educadores a posicionamentos mais claros. Igualmente importante, ela considera fundamental a recuperação histórica do ensino de Arte para que se possam perceber as realidades pessoais e sociais, aqui e agora, e aprender a lidar criticamente com elas. Sistematizou-se, então, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) (1987/1993), a “Triangulação Pós-Colonialista do ensino de Arte no Brasil”, um posicionamento teórico-metodológico, conhecido como “Metodologia Triangular” ou “Proposta Triangular”, ou ainda “Abordagem Triangular”, que se referiu à melhoria do ensino de Arte, tendo por base um trabalho pedagógico integrador onde o fazer artístico, a leitura ou análise da de obras de arte (ou do campo de sentido da arte e da imagem) e a contextualização interagem ao desenvolvimento crítico, reflexivo e dialógico do educando em uma dinâmica contextual sociocultural. Partindo desta perspectiva, interessou ao presente estudo apresentar, em linhas gerais, as origens e reconfigurações da Abordagem Triangular no ensino das artes e culturas visuais, bem como registrar que os principais enganos de interpretação da referida abordagem são encontrados, não em artigos, monografias, dissertações ou teses, mas nos processos pedagógicos dos arte/educadores ou em más interpretações formuladas de caráter destrutivo.