De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação inclusiva (BRASIL, 2008) as instituições de ensino devem promover o atendimento educacional especializado aos discentes com deficiência e/ou com necessidades educacionais específicas, bem como o corpo docente deve estar capacitado para o processo ensino-aprendizagem dos referidos alunos. Assim, ser docente no contexto da inclusão requer uma formação inicial e continuada voltada para o processo ensino-aprendizagem de discentes com deficiência e/ou com necessidades educacionais específicas, e isso requer mudanças de atitudes em relação à prática pedagógica, respeito às diferenças individuais, bem como desconstrução de mitos, estigmas e preconceitos sobre o potencial humano das pessoas com necessidades educacionais diferenciadas. Nesse sentido, o presente estudo descreve as percepções de docentes em relação às suas qualificações profissionais para o atendimento de crianças consideradas público alvo da Educação Especial. No contexto, realizou-se uma pesquisa exploratória, descritiva em duas instituições de Educação Infantil, sendo uma instituição pertencente à rede pública e uma à rede particular de São Luís/MA. Os participantes foram onze pedagogas. Os instrumentos de coleta de dados foram entrevistas semiestruturadas, aplicadas por meio de um roteiro contendo questões relacionadas à formação inicial no contexto da educação especial/inclusiva. Os resultados sinalizam que durante a formação inicial das pedagogas, o conteúdo e a carga horária destinados às disciplinas de Educação Especial foram insuficientes em relação ao atendimento de crianças com deficiência e/ou com necessidades específicas, bem como, os estágios obrigatórios não contemplaram instituições que possuíam crianças consideradas público alvo da Educação Especial. Os saberes dessas profissionais em relação à operacionalização dos direitos das referidas crianças são poucos, e a maioria delas não se sente preparada para trabalhar com o público alvo da educação especial. Enfatiza-se que a formação inicial dos docentes para dar conta do processo ensino-aprendizagem de crianças consideradas, público alvo da Educação Especial, embora tenha passado por muitas reformulações desde a sua instituição, deve ser revista e readequada às reais necessidades desse público, tanto no que compete a carga horária das disciplinas de educação especial e/ou afins, quanto aos estágios obrigatórios em instituições que possuam crianças com deficiência e/ou com necessidades educacionais específicas.