Diante da necessidade de assegurar a permanência de discentes com deficiência visando a garantia de aprendizagem, bem como de estruturar políticas institucionais que atendam as demandas educacionais específicas desses, foi instituído o Programa Incluir: acessibilidade na educação superior em maio de 2005, durante o governo Lula (2003 – 2010) sob o comando da Secretaria de Educação Especial (SEESP) e da Secretaria de Educação Superior (SESU). O referido Programa representa, segundo o seu Documento Orientador, o início da formulação de estratégias para identificação das barreiras de acesso à educação universitária e visa promover o desenvolvimento de políticas institucionais de acessibilidade no âmbito das IFES (BRASIL, 2013). Na Universidade Federal do Maranhão - UFMA, o Núcleo de Acessibilidade foi criado em 17 de dezembro 2009 a partir da Resolução nº 121 - CONSUN, com a finalidade de garantir, por meio de suporte técnico e atendimento especializado, acesso, ingresso e a permanência de pessoas com deficiência na universidade. Considerando a relevância desse serviço para a efetiva participação das referidas pessoas no contexto universitário e a construção, consolidação e fortalecimento do processo de inclusão, este estudo analisa as ações do Núcleo de Acessibilidade na UFMA sob diferentes olhares e novas perspectivas e, para tanto, foram ouvidos discentes com deficiência, numa forma de dar concretude ao lema que tem conduzido, historicamente, o movimento desse público “nada sobre nós, sem nós” numa forma de valorizar suas vozes e suas vivências, nesse processo. Sendo assim, verifica-se a partir da percepção dos discentes com deficiência, se as decisões políticas e serviços do Núcleo de Acessibilidade da UFMA têm atendido efetivamente as demandas da Política da Educação Especial no contexto da Inclusão. Nesse sentido, desenvolveu-se uma pesquisa exploratória, descritiva, com 10 estudantes com deficiência atendidos sistematicamente pelo Núcleo. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam que apesar de o Núcleo dispor de um serviço que visa garantir a permanência de discentes com deficiência na universidade, por meio de serviços técnicos e profissionais especializados, o setor ainda enfrenta diversas barreiras para mediar e concretizar a proposta inclusiva, o que impacta diretamente na formação acadêmica dos estudantes. O quadro apresentado exige uma maior articulação entre o Núcleo e os demais setores da universidade.