A Religião na filosofia de Kant: Sobre o mal radical e a disposição originária para o bem.

  • Autor
  • Mickael dos Santos Costa
  • Co-autores
  • Zilmara de Jesus Viana de Carvalho
  • Resumo
  • Apesar da crítica que Kant faz à religião “não é possível deixar de reconhecer que a mesma perpassa como tema de interesse, todo o seu pensamento” (SILVA, 2005, p.14). Assim, embora a esfera do religioso diga respeito ao suprassensível, tornando-se, portanto inacessível à razão, é inevitável surgir inquietações tais como: Afinal, qual é a situação da religião no sistema Kantiano? Como Kant a define? Há alguma possibilidade de uma relação entre sua filosofia e a Religião? Para responder a estas indagações se toma como ponto de partida duas afirmações, a primeira é a de que “a filosofia kantiana é um sistema” e a segunda, a de que “esse sistema é de natureza moral” (SOUSA, 2012, p.19). Posto isso, no prefácio da primeira edição (1793) de A Religião nos limites da simples razão, Kant (1992, p.11) escreveu que a moral é baseada no conceito de homem enquanto ser livre, por sua vez, “de nenhum modo precisa da religião, mas basta-se a si própria em virtude da razão pura prática”. Sendo assim, a conclusão que o filósofo de Königsberg tem sobre a religião, é a de que é a moral que conduz à religião e não o inverso. Mas como isto é possível?A fim de responder esta, bem como as demais questões, apresenta-se o seguinte trabalho, cujos objetivos constituem-se em, investigar a situação da religião na filosofia de Kant, apontar a “relação da religião com a natureza humana, sujeita em parte a disposições boas e em parte a disposições más” (KANT, 1992, p.18), e explicar a representação kantiana sobre “a relação do princípio bom e do mau como uma relação de duas causas operantes por si subsistentes e que influem no homem”. Para tanto, se toma como plano de fundo a primeira parte de A Religião nos limites da simples razão, de onde se conclui, segundo Kant escreveu, que a finalidade da religião é o aperfeiçoamento moral do homem, e que o mesmo possui uma disposição originária para o bem e uma propensão para o mal. Esta última, é consequência da adoção de máximas que o indivíduo faz no uso de sua liberdade, apesar disto, importa que haja um restabelecimento da disposição para o bem através de uma mudança de pensamento.

  • Palavras-chave
  • Liberdade, Moralidade, Mal, Religião.
  • Área Temática
  • apresentou
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