A hospitalização infantil traz impactos para a criança, além de novas vivências e experiências, muitas vezes ameaçadoras. Segundo Mitre (2000), o sentimento de finitude da vida aflige, constantemente, a criança e sua família e, de forma mais direta, os que a acompanham no hospital, durante o período de internação. Nesse sentido, o cotidiano no hospital é marcado pelo medo iminente de morte, o sentimento de saudade dos entes fora do hospital e o receio dos novos personagens, que encenam esse ambiente: enfermeiros, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, entre outros. No contexto, a equipe multidisciplinar de saúde se preocupa em tratar da doença, e a criança se preocupa em voltar para casa. Assim, torna-se inevitável o conflito. No entanto, as atividades lúdicas podem mediar as relações e proporcionar benefícios emocionais e físicos à criança, bem como ser utilizada como técnica pelo profissional de saúde para ganhar a confiança dela. A hospitalização em si, constitui um momento gerador de desconforto à criança, visto se sentir, na maioria das vezes, em um ambiente hostil e indiferente. Nesse ambiente, investigaram-se as percepções de profissionais da equipe multidisciplinar de saúde em relação ao desenvolvimento de atividades lúdicas em 2 hospitais públicos pediátricos de São Luís/MA. Desenvolveu-se uma pesquisa exploratória, descritiva. Os participantes foram 8 profissionais pertencentes à área da saúde, dentre esses, 2 médicos, 2 enfermeiros, 2 psicólogos e 2 terapeutas ocupacionais, sendo 6 pertencentes ao sexo feminino e 2 ao sexo masculino, possuindo em média 6 anos de experiências profissionais em hospitais pediátricos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas. Os resultados sinalizam que as atividades lúdicas desenvolvidas com crianças são relevantes nos processos de socialização e integração da criança à realidade da internação. Os profissionais da equipe muldisciplinar de saúde, enfatizam que as atividades lúdicas desenvolvidas nos hospitais pediátricos contribuem no processo de recuperação da saúde da criança, somando no tratamento da patologia.