A inclusão muitas vezes é vista apenas no contexto do aluno com deficiência, sem levar em conta os docentes que possuem algum tipo de deficiência. Assim, devido à carência de estudos sobre a prática pedagógica de professores com deficiência nas salas de aulas regulares, pouca visibilidade há em relação à assistência e/ou suportes disponibilizados a eles. Nesse sentido, quando se fala em assistência e/ou suportes, têm-se, na maioria das vezes, a ideia apenas de modificações na estrutura física da instituição de ensino. Não se quer dizer que isso tenha menor importância, mas a adaptação de materiais pedagógicos, bem como a presença de um intérprete de Libras em sala para auxiliar o docente surdo e/ou um profissional em áudio-descrição para auxiliar um docente cego, é de grande relevância dentre outras assistências e/ou suportes, necessários ao desenvolvimento de suas atividades laborais. Diante dos fatos, questionou-se quais os suportes e/ou assistências disponibilizados aos docentes com deficiência no contexto de suas atividades laborais, bem como se sentiam nesse processo. Para dar conta de responder ao problema, o objetivo primário do estudo foi investigar quais os suportes e/ou assistências estavam sendo disponibilizados aos docentes com deficiência no contexto de suas atividades laborais e como esses se sentiam diante da realidade de sala de aula. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa exploratória, descritiva, em uma escola pública municipal de São Luís/MA. Os participantes foram 3 docentes com deficiência, sendo duas com deficiência auditiva e uma com deficiência visual, todos pertencentes ao sexo feminino, Pedagogas, com idades de 25, 30 e 42 anos, duas possuem especializações em Supervisão Escolar e uma em Libras, tendo entre 1 a 3 anos de prática docente. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e os resultados revelam que muito ainda tem que ser feito para que docentes com deficiência possam desenvolver suas atividades profissionais de maneira eficaz, no caso específico, a escola precisa de maiores adequações arquitetônicas, os recursos pedagógicos precisam ser adequados às reais necessidades das docentes com deficiência sensorial, as formações continuadas carecem de adequações em relação à surdez e à deficiência visual no que se refere à acessibilidade na comunicação e/ou no acesso aos conhecimentos socializados, assim como à questão da presença de estigmas e preconceitos em relação ao potencial laboral das docentes com deficiência.