Pesquisa de natureza teórica que investiga a questão da Linguagem no pensamento de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Objetiva fazer uma análise do aparecimento da linguagem da criança apresentada no Emílio, com fundamento no Ensaio sobre a origem das línguas. Rousseau, em sua obra sobre a linguagem, ao diferenciar língua de linguagem, em que esta é social e aquela é natural, expõe que a primeira língua (forma de comunicação) do homem foram sons inarticulados desprovidos de qualquer sistematização ou organização racional. Logo, eram línguas mais verdadeiras e mais vivas. No entanto, segundo Rousseau, em função de uma série de mudança ocorridas, o homem, não mais movido apenas pelas sensações, começa agora a imaginar, a memorizar e lentamente a refletir, deixando assim seu estado natural e passando a constituir uma linguagem menos gestual e mais sonora, acentuada e inteligível. Progresso esse que só foi possível por que diferente dos outros animais, o homem é perfectível, possuindo a faculdade de se desenvolver sobre si mesmo. No Emílio, a criança nos primeiros meses de vida apresenta uma linguagem natural, apesar de já está em sociedade. O bebê, ao sentir fome, sede, frio, calor, dor ou qualquer outra sensação, se põe a prantos. Não encontrando outra, sua primeira forma de comunicação são gritos e choros, que busca apenas satisfazer suas necessidades mais urgentes e essenciais. Na criança “a linguagem da voz junta-se a do gesto, não menos enérgica”, mas trazendo do coração à fisionomia facial seus sentimentos mais puros. Assim, a partir da investigação interdisciplinar entre Filosofia e Linguagem, que a linguagem tanto articulada, quanto facial, são as primeiras formas de comunicação que a criança tem para expressar suas necessidades naturais, e portanto mais verdadeiras. Sendo assim, a linguagem é de fundamental importância para o homem desde a sua fase inicial de vida.