A contribuição do estudo sobre evangélicos progressistas tem como principal finalidade a tentativa de compreensão sobre um grupo de evangélicos brasileiros que desde a década de 1970 e principalmente no período da abertura democrática no Brasil, passou a se apresentar como progressista. O diferencial desse grupo foi que lançando mão de práticas de cooperação, não se reconheciam ecumenistas. Ao mesmo tempo, ao fundamentarem suas ações por meio da crença no denominam de evangelho integral, reordenam o lugar da fé nas ações contextualizadas dentro do Protestantismo brasileiro do final do século XX. As ações desse grupo de evangélicos progressistas encontra fundamento, principalmente nas obras de Robinson Cavalcanti e nas ações políticas pró-esquerda, nas primeiras campanhas políticas após o período do regime militar. A singularidade desse grupo foi distanciar-se e denunciar a chamada Bancada Evangélica desde a Constituinte, diferenciar-se teologicamente dos ecumenistas e se apresentar como alternativa democrática com transfundo religioso não exclusivista. No período que corrresponde ao final da décda de 1980 e início de 1990, os evangélicos de esquerda se posicionavam na mídia, possuíam significativa representação social no espaço público e se desentendiam quanto aos discursos políticos partidários, o que era apenas a exteriorização das inúmeras diferenças sejam elas históricas, ideológicas ou teológicas, presentes nesse segmentado setor social brasileiro.