O presente estudo se inclui dentro dos debates sobre o ensino de Português como Língua de Herança (POLH) e nas divergências apresentadas quanto ao seu ensino, procurando estabelecer qual modalidade da língua portuguesa é passada a esses novos falantes e como este ensino está sendo apresentado. A partir do conceito de POLH entrelaçado ao do Português Brasileiro (PB) procuramos entender como o ensino de língua portuguesa, com foco no PB como língua de herança, é passado aos brasileirinhos que buscam esse reencontro com sua identidade a partir da língua. A proposta do ensino de uma língua estrangeira perpassando pelo viés de língua de herança implica em um ensino que transmita com legitimidade as características e particularidades do idioma ensinado, sendo o foco deste trabalho o PB, no entanto, temos ciência que a língua portuguesa ao ser ensinada como língua estrangeira ainda é grandemente atrelada aos “dogmas” do Português Europeu, o que acaba por deixar o português de outros países cair em esquecimento, principalmente no que diz respeito ao ensino para estrangeiros, algo que supostamente não devia ocorrer no ensino de POHL, já que cada modalidade da língua transmitida devia carregar consigo as singularidades que cada povo faz uso. Assim, aqui pretendemos responder duas perguntas: 1) A língua fluida tem espaço no ensino de POHL? e 2) Qual o aspecto mais relevante para essas atividades pedagógicas sobre língua de herança: o linguístico ou o extralinguístico? Para responder tais perguntas contamos com a análise de pesquisas sobre atividades que tratam do Português Brasileiro como língua de herança que vem sendo publicadas na web. Para a verificação dos dados trataremos do conceito de herança, identidade híbrida, língua fluida e língua colonizada. A investigação dos dados é realizada à luz dos conceitos de Soares (2010); Lico (2017); Hall (2006); Mugschl (2017), entre outros.