O diálogo da Literatura com a Filosofia embora antigo é um espaço de confrontos, disputas, afastamentos e aproximações. O poeta como indivíduo de aguçada sensibilidade, é capaz de transformar em versos seu olhar sobre o universo que o cerca. Este trabalho tem o objetivo de refletir sobre as possibilidades do teor filosófico presente na obra de Mariana Luz, professora e poetisa maranhense, mulher à frente de seu tempo, engajada, culta, que dedicou a vida à educação, às artes e à cultura. Foi a segunda mulher e primeira negra a ocupar uma cadeira na Academia Maranhense de Letras. Embora ela tenha uma variada produção incluindo crônicas, peças teatrais, cantos litúrgicos, orações, e poesias de encantador lirismo e rico conteúdo, a artista que experimentou em vida um período de reconhecimento pela crítica e pelo público, amargou na velhice um total ostracismo e um estado de penúria, continua ainda hoje esquecida. A coletânea de sonetos “Murmúrios” na década de 40 garantiu sua vaga na Academia, mas só chegou a ser publicada após a morte da artista. A obra de Mariana Luz, carrega traços do Simbolismo e está muito voltada para temáticas existencialistas, trata das angústias do ser humano, sob o ponto de vista da mulher, e discute as relações entre os sentimentos e as aparências. Através de pesquisa bibliográfica, incluindo métodos de literatura comparada e outros, utilizando como ponto de partida o livro Marianna Luz: vida e obra, de Jucey Santana, este trabalho apresenta a obra desta imortal e injustamente esquecida artista maranhense. Disseminando obras quase desconhecidas mas de grande valor literário, aqui algumas analisadas, valorizando os artistas da terra, e contribuindo assim, de forma relevante, para a produção literária do Maranhão.