A diversidade cultural, social e histórica não permite que exista uma única forma de governo para todos os povos ocidentais, ainda que perpasse raízes europeias modernas com fortes influências das antigas colônias. Ao colocar o Ocidente para análise tem-se como norte os acontecimentos que envolveram as relações entre as metrópoles e as colônias, assim, os fundamentos estão relacionados aos debates que se desenvolveram inicialmente na Europa, e que também se desenvolveu posteriormente em outra regiões do mundo Ocidental, não caberá de inicial, a análise sobre o Oriente, mas a forma de interação histórica dessas regiões, e seus entrelaçamentos na contemporaneidade e a dinâmica desencadeada pela globalização, faz-se necessário uma breve análise durante esse trabalho, porém o presente capítulo trata sobre a base que ocasionou a criação de estados leigos em contrapartida aos poderes religiosos. O Iluminismo é um movimento intelectual que bem representa essas transformações que aconteceram nas relações entre os cidadãos e os soberanos, o que mudou a posição representativa desses agentes constituintes de uma sociedade que experimentou um progresso, o qual acelerou os avanços políticos que outrora eram teóricos, os quais foram se tornando reais com a sua aplicabilidade, e entre as relações sociais, políticas e religiosas.
Destaca-se o pensamento de Rousseau para melhor compreensão e crítica desse processo de desenvolvimento do Ocidente, a sua perspectiva de degeneração estava em contramão ao desejo de seus contemporâneos que depositaram fortes esperanças na razão como solução até mesmo para os conflitos e calamidades que assolavam o mundo naquele período, sendo até mesmo um sentimento apocalíptico, por parte de muitos, já que a impressão escatológica do senso comum acreditava que não havia no passado nada semelhante ao período em que viviam, portanto o fim estava cada vez mais próximo. A visão de Rousseau não é escatológica, mas que assim foi interpretada por seus rivais devido o sentimento dos seus contemporâneos que depositaram na fé a esperança de um amanhã instaurado pelo progresso, na contrapartida dos intelectuais que depositaram na razão a solução para os problemas da sociedade. Para Rousseau o progresso e a razão são os responsáveis pelo fim, logo ele não terá apoio nem dos religiosos, ao falar da degeneração, e nem dos letrados ao falar do progresso.