A comunicação tem como proposta apresentar possibilidades para a utilização das Histórias em quadrinhos (também conhecidas pela sigla HQs) na construção do conhecimento sobre as relações de gênero. Para tanto, examinamos algumas das figurações construídas por quadrinistas nas últimas duas décadas em torno de conceitos-chave como feminino, masculino, homossexualidade, identidade sexual, orientação sexual e. As relações de gênero têm se tornado cada vez mais um tema de destaque nos debates políticos e filosóficos nas últimas décadas. Acompanhando essas discussões, quadrinistas têm levantado polêmicas, hasteado bandeiras e engendrando posições sobre noções como gênero e sexualidade. A proposta é a de compreender a maneira de ser das representações culturais e políticas relacionadas às questões de gênero que circulam nas páginas das HQs de diferentes tradições quadrinísticas. Serão elencados e analisados alguns dos repertórios que, ao serem constituídos e instituídos, fizeram dos quadrinhos um terreno de disputa e negociação que reproduz em nível cultural os dilemas, paradoxos e controvérsias em torno das complexas relações de gênero. Atentamos de tal modo para episódios em que os quadrinhos foram utilizados como instrumentos políticos, formando opiniões e contribuindo para a construção da identidade gênero de sujeitos históricos. As agendas feministas nos quadrinhos, a denúncia do sexismo no meio quadrinístico e a desconstrução do masculino são algumas das temáticas a serem entrecruzadas e exploradas na comunicação. Atentamos ainda, de maneira secundária, para algumas das particularidades da linguagem das Histórias em quadrinhos e pressupostos teórico-metodológicos de natureza interdisciplinar que devemos considerar para analisá-las como objeto do conhecimento.
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