A avaliação, enquanto parte fundamental do processo de ensino-aprendizagem, está diretamente relacionada a diversos aspectos da Educação, desde a escolha dos conteúdos, planejamento das aulas até a formação dos docentes. Em um olhar histórico para os cursos de formação de professores, percebe-se que estes restringem a avaliação como aplicação de provas e atribuição de notas aos alunos em detrimento do aspecto diagnóstico do ato de avaliar. A avaliação somativa, prática tradicional, tem seu foco na quantificação do desempenho dos alunos, enquanto que a avaliação formativa atenta aos aspectos qualitativos dos mesmos. Este trabalho objetivou analisar as concepções de professores de Biologia sobre avaliação, tendo como foco as abordagens da temática avaliação durante a formação acadêmica presentes em seus discursos, em que três professores de Biologia de uma escola pública estadual de Ensino Médio em São Luís, MA foram entrevistados. Dessa maneira, percebeu-se que a temática foi precariamente abordada durante a formação dos entrevistados, sendo restrita a poucas disciplinas. Ainda que os docentes tenham tido um contato mínimo com a temática na universidade, as heranças que os mesmos carregam dos sistemas mais tradicionais em que estudaram têm influências diretas em suas práticas avaliativas atuais, desde os instrumentos utilizados até os critérios que empregam para avaliar. Considera-se preocupante que o tradicionalismo, quando em forma de uma prática avaliativa inflexível às características individuais do aluno, ainda seja almejado como algo a se copiar de antigos professores. Diante desses dados, entende-se que é necessário que a temática avaliação seja trabalhada ao longo da formação dos professores, não estando restrita a disciplinas específicas apenas. A avaliação, enquanto parte fundamental da prática docente, deve receber maior atenção nos cursos de formação de professores, para que esses futuros profissionais possam romper com a rigidez tradicional em favorecimento de práticas que colocam o aluno e suas individualidades como protagonistas da prática avaliativa.
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