Estudos Culturais e feminismo:
A transposição do personagem Hermione Granger para a vida real de Emma Watson sob a perspectiva dos movimentos feministas
Amanda Bittencourt; Paula Tavares
Eixo 3 – Mídia, Patrimônio Cultural e Sociedade
Rakel de Castro
Universidade CEUMA
amandabittencourt1999@gmail.com
O movimento feminista consolidou-se nos anos 80 com os Estudos Culturais (ZINANI, 2012). A partir desta época, a imagem das mulheres veio ganhando cada vez mais espaço na busca pela igualdade de gêneros, especialmente na cultura cinematográfica e na literatura. O objetivo deste trabalho é, portanto, observar os significados e sentidos produzidos no imaginário feminista, a partir das relações de gênero que se cruza com a personagem Hermione Granger (Emma Watson), da saga Harry Potter. Qualitativamente, procedemos à aplicação de uma entrevista em profundidade como coleta de dados e análise de conteúdo dessa entrevista à feministas de São Luís- MA, sob a perspectiva dos Estudos Culturais. Otrabalho expõe uma breve análise a respeito do que se tratam os Estudos Culturais, os Estudos de Recepção propostos por Stuart Hall, e uma análise do feminismo com base nessas duas perspectivas. Esta reflexão é importante para compreender as novas práticas de consumo, para que se possa entender como a ficção pode auxiliar na construção do pensamento social e que uso as mulheres fazem das informações prestadas pelos meios comunicacionais em suas vidas. Quando neste trabalho se discorreu sobre o que seria cultura e feminismo, promoveu-se assim, um alargamento de pensamentos e discussões a respeito das novas práticas de cultura. Procurou-se abordar as representações que as mulheres apresentam através das narrativas fílmicas e literárias, e estuda-las na perspectiva da Recepção feminina sobre dadas representações. Com base nos dados colhidos na entrevista em profundidade realizada com as feministas e em algumas reflexões teóricas obtidas a respeito dos Estudos Culturais Recepção e Gênero, observou-se que os meios agem de forma negociada com os grupos sociais. Chegou-se, portanto, ao entendimento de que por mais que as mulheres estejam representadas em papeis de destaque, empoderada e autônomas, o fator sociocultural sempre será fundamental na construção do imaginário feminino, enquanto para algumas tal representatividade é uma forma de reforçar a liberdade de gênero e o direito de igualdade, para outras é nada mais nada menos que uma representação embasada apenas por fins lucrativos. No entanto, é importante enfatizar que a produção de sentidos também se dar através dos meios de comunicação, quando mulheres são postas a papéis de lideranças, os meios acabam possuindo através destas figuras um caráter modificador de pensamentos retrógrados.
Palavras-Chave: Relação de Gênero; Feminismo; Estudos Culturais; Recepção
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