Este artigo visa explorar a temática relacionada à ditadura através de recursos literários como no caso é feito com a obra do escritor chileno Roberto Bolaño, Noturno do Chile, observando as nuances históricas que sugerem testemunhos, detectando perspectivas através do diálogo entre realidade e ficção, bem como procurar compreender o processo de estruturação dos sistemas ditatoriais que se instalaram nos países latino-americanos, como é o caso do Chile, objeto de estudo desse trabalho. Tendo por objetivo o incentivo à produção de pesquisas sobre as ditaduras latino-americanas e do Caribe de uma perspectiva interdisciplinar, através dos textos testemunhos da obra de Roberto Bolaño, executando o levantamento bibliográfico referente à teoria da percepção da memória em tempos de ditadura buscando se fazer perceber sobre a importância do reconhecimento da história pelos mais diversos pontos, observando aspectos sejam eles relacionados à consolidação de uma autonomia do país e do estado democrático, os quais se fazem necessários para entender o sentido de sua formação e compreendendo como teria sido validado para aquela nação. Como fonte principal foi escolhida a obra Noturno do Chile, do escritor chileno Roberto Bolaño (1953/2003), percebendo a relação do autor com a história chilena, que além de demonstrar um universo sedutor em seu enredo, possibilita a abertura de um leque de opções para a pesquisa e produções, assim como traz luz ao processo ditatorial elaborado por Augusto Pinochet, proporcionando um novo olhar sobre o momento vivido, apesar de sua atribuição fictícia. Tal pesquisa tem por intuito fundamentar novos elementos de busca por levantamentos bibliográficos recentes em Literatura e História das temáticas relacionadas com as ditaduras na América Latina, seguindo a linha de pesquisa sobre o mundo da representação com Roger Chartier e a temática repressão e violência com embasamentos promovidos com o auxílio da leitura de obras como “Vigiar e Punir” de Michel Foucault e “Poder Simbólico” de Pierre Bordieu,.