Parteiras tradicionais e urbanas: ressignificações e resistências

  • Autor
  • Luana de Paula Santos
  • Resumo
  • O ato de parir está biologicamente ligado ao sexo feminino,e nas mais diversas culturas e períodos da sociedade humana, este ritual tinha em seu cenário, a figura de outra mulher além da parturiente, a parteira, a quem era atribuída como função todos os cuidados de assistência ao parto. Esta transmitia seus saberes de uma geração a outra, através de suas práticas e narrativas, e exercia papel de cuidadora, uma vez que era responsável pelos cuidados com as mulheres da gestação ao parto, e também dos primeiros cuidados da criança. A parteira, geralmente era alguém próxima à gestante e à família (inclusive em alguns casos fazia parte do seio familiar), e tinha para além da relação do ofício do partejar, uma relação intimamente próxima das mulheres, exercendo um papel de amiga e confidente, sendo inclusive, em algumas situações, a responsável pelas práticas de aborto nos casos das gestações indesejadas, e de seus respectivos cuidados. O Ministério da Saúde,define como parteiras tradicionais, mulheres que atuam/atuaram em comunidades na assistência aos partos, com base em saberes e práticas tradicionais. Em algumas regiões brasileiras estas parteiras são denominadas “parteiras leigas”, “aparadeiras”, “comadres”, “mães de umbigo”, dentre outros nomes. Investigar a história das parteiras e suas trajetórias implica diretamente em uma pesquisa com abordagens nas questões feministas e de gênero, sobretudo para elencar os aspectos historiográficos do projeto. Nos últimos anos, tem sido discutida junto ao MINC e ao IPHAN, a possibilidade das práticas das parteiras serem reconhecidas como patrimônio imaterial no Brasil. Logo, as pesquisas acerca do partejar, além de grande importância na área de pesquisa em gênero, também auxilia na visibilidade e reconhecimento deste ofício como bem cultural de natureza imaterial. A partir disso escolhemos como tema de pesquisa monográfica, as parteiras tradicionais e urbanas na cidade de Rondonópolis-MT e entorno, para trazer à tona seus discursos e suas práticas, transpassadas de uma geração à outra. O objetivo deste trabalho é propiciar visibilidade à história destas mulheres, e elucidar diante da sociedade a importância do partejar. O trabalho tem se utilizado da história oral como fonte, e as entrevistas serão audiovisuais, possibilitando posteriormente a produção de um pequeno documentário sobre o partejar tradicional e urbano em Rondonópolis e região.

  • Palavras-chave
  • parteiras, tradicionais, urbanas, partejar.
  • Área Temática
  • apresentou
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