ESTRATÉGIAS SENSÍVEIS DA IMPRENSA POPULAR: um estudo da cobertura de acidentes trágicos no Jornal Aqui-MA.

  • Autor
  • Natalhi Alves Ribeiro
  • Co-autores
  • Poliana Sales Alves
  • Resumo
  •  ESTRATÉGIAS SENSÍVEIS DA IMPRENSA POPULAR: um estudo da cobertura de acidentes trágicos no Jornal Aqui-MA.

     

    Natalhi Alves Ribeiro

    Eixo 3- Mídia, Patrimônio Cultural e Sociedade.

    Poliana Sales Alves (orientadora)

    Faculdade Estácio de São Luís

    natalhi.alves@live.com

    polianasales@gmail.com

     

    RESUMO

    Este trabalho investiga as estratégias sensíveis da imprensa na cobertura de acidentes trágicos, com morte envolvida ou não, tendo como material empírico 3 edições do jornal Aqui, impresso popular de maior circulação no Maranhão, e que tem certa predileção por publicar acidentes de trânsito, violência e situações conflitantes de modo geral. Traçamos breve histórico da imprensa para compreender as matrizes culturais que deram origem ao sensacionalismo como modo de narrar e ilustrar as coberturas jornalísticas, conhecido como fait-divers (acontecimento miúdo, às vezes escandaloso) que ganhou força, principalmente, por meio da penny press, ou imprensa de tostão americana, conforme Sodré (2009). Acidentes de trânsito, mutilações, quedas de prédios, mortes violentas e qualquer outro acontecimento sórdido ganharam destaque nas revistas e jornais mais populares nos Estados Unidos do final do século XIX para início do século XX como o New York World e New York Journal. Segundo Ben Singer, no ensaio Modernidade, hiperestímulo e o início do sensacionalismo popular, “os retratos da modernidade urbana na imprensa ilustrada parecem flutuar entre uma nostalgia antimoderna de uma época mais tranquila, de um lado, e uma fascinação básica pelo horrível, pelo grotesco e pelo extremo do outro” (SINGER, 2004, p 106). Identificamos que esse tipo de publicação foi consequência da paisagem urbana diferente, causada pelo aglomerado de pessoas, a chegada dos bondes elétricos e o trabalho nas indústrias, vez que essas modificações trouxeram consigo acidentes trágicos. As cenas de morte causadas pelos acidentes ocupavam as folhas dos jornais da época não apenas como crítica social, mas também como apelo para venda. Partimos do pressuposto de que tais periódicos utilizavam como estratégia de veiculação o “espanto” e o “medo” causado por cenas chocantes e que essa é ainda a fórmula dos jornais populares, como o Aqui Maranhão, ao trabalhar a cobertura de acidentes. Com bases nas premissas de Angrimani (1995), Alves (2008), Sodré (2009) e Singer (2004), aportes teóricos de nossa investigação, identificamos que mesmo com imagens chocantes os leitores acompanham com frequência as publicações de tom sensacionalista, pois além de verem suas vidas e de outros retratadas de maneira trágica, eles também respondem aos estímulos sensoriais suscitados pelos apelos de natureza estética deste tipo de publicação.

    Palavras- chave: Sensacionalismo. Imprensa. Estética. Aqui Maranhão.

     

  • Palavras-chave
  • Sensacionalismo, Imprensa, Estética, Aqui Maranhão.
  • Área Temática
  • apresentou
Voltar Download