Esta pesquisa faz uma abordagem a respeito das produções críticas literárias contemporâneas que têm como foco o conjunto da obra literária de Machado de Assis. Buscamos compreender como a crítica literária ainda consegue fomentar novas interpretações acerca da obra de Machado de Assis. Apesar de o autor de Dom Casmurro já ter uma fortuna crítica consolidada composta por estudos que analisaram sua arte literária ao longo de três séculos, percebe-se que, ainda hoje, esse mesmo texto é objeto de tantas análises críticas, as quais lotam bibliotecas e acervos que continuam a revelar o quão complexo é o texto machadiano. Como afirma LINS (2016) "O que há na sua obra de oscilação, de vacuidade, de mistério excita a curiosidade e provoca a vontade tão humana de decifrar o enigma" (LINS, 2016, p. 05). Isso evidencia que desde que Machado se consolida na Literatura nacional e, principalmente, com o avanço dos estudos teóricos e críticos sobre a produção literária brasileira, o autor de Brás Cubas sempre foi considerado um enigma que só o exercício de investigação poderia decifrá-lo. Delimitamos nossa pesquisa em duas produções de crítica literária contemporâneas: O problema do Realismo de Machado de Assis e Machado de Assis: por uma poética da emulação, de Gustavo Bernardo Krause e João Cezar de Castro Rocha, respectivamente, a fim de que possamos compreender um pouco mais sobre a literatura de Machado, porém, questionando a construção e os aspectos desses atuais textos críticos. Diante dos diversos possíveis critérios de análise, vislumbramos essas percepções críticas destacando a mimesis, contrapondo-a à tendência moderna em admitir mais o ideal antimimético para o texto literário.