TIOTIMOLINA E A REINVENÇÃO DO TEMPO

  • Autor
  • VALERIA ANGELICA RIBEIRO ARAUZ
  • Resumo
  • O composto químico ficcional de Isaac Asimov foi criado em 1947, em uma brincadeira do autor. Durante a fase de escrita de sua tese em química e temendo a aridez da escrita acadêmica, ele escreveu o pastiche de um Artigo Científico, no qual apresenta as propriedades "endocrônicas" da substância a qual chamou de Tiotimolina. O texto obedece a todas as convenções do gênero proposto e não pode nem mesmo ser chamado de conto. As propriedades físico-químicas e orgânicas da substância também respeitam o mundo referencial do leitor, exceto por um dado: a Tiotimolina se torna solúvel imediatamente antes do contato com a água, o solvente. Essa subversão das relações naturais de causa e efeito por meio de um efeito temporal abre uma discussão sobre possíveis inversões na lógica passado – presente – futuro, o que culmina em uma série de narrativas que envolvem até mesmo as viagens no tempo, explicadas em nível atômico. Este trabalho pretende analisar os dois artigos ficcionais de Asimov The endochronic properties of resublimated Thiotimoline Micropsychiatric applications of Thiotimoline – e os contos produzidos a partir da  conceituação proposta em ambos os trabalhos – Thiotimoline and the space age Thiotimoline to the stars.  A análise busca observar como a percepção temporal é afetada nas narrativas a partir de um fenômeno ficcional que se pretende natural. Serão considerados os conceitos de Mundos Possíveis e as relações entre contexto e literatura para compreender como as aplicações sugeridas para o uso da Tiotimolina afetam a noção de tempo interna à narrativa e as consequências para os efeitos de leitura que esses textos provocam quanto às possibilidades de observar o tempo como uma construção teórica da humanidade. 

  • Palavras-chave
  • Ficção Científica, Narrativa, Tempo, Isaac Asimov.
  • Área Temática
  • apresentou
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