A principal questão a ser pensada neste ensaio está diretamente ligada ao ensino e aprendizagem referente à disciplina de Filosofia, que apresenta várias questões que devem ser levadas em consideração, tais como: os novos interesses dos alunos, o lugar da filosofia na polis, a verificabilidade desta enquanto ‘útil’ e o desinteresse da comunidade estudantil pela disciplina (CERLETTI, 2009). Frente a estas questões, novas metodologias vêm sendo pesquisadas com o intuito de possibilitar que o processo de ensino e a aprendizagem se tornem mais dinâmico e interessante. O objetivo deste ensaio é avaliar a funcionalidade do WhatsApp como um recurso metodológico para o ensino de Filosofia através da perspectiva kantiana de contribuir com a formação do pensamento autônomo. Na perspectiva de Kant (1999), lançamos mão neste ensaio no que concerne à busca da autonomia, a possibilidade de interlocução entre o público e o privado. Sendo assim, compreendemos que as Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs devem possibilitar o diálogo entre os sujeitos que estão envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. . A partir de nossos estudos, concluímos que alguns recursos apresentam maior possibilidade de interação e, consequentemente, maior potencial de despertar o pensamento autônomo dos discentes. No contexto atual, podemos observar que os adolescentes e jovens passam muito tempo conectado ao recurso WhatsApp, com a finalidade de trocas de vídeo, imagens, músicas entre outras mídias. Neste caso, podemos compreender que o WhatsApp é um recurso atrativo para o processo de ensino e de aprendizagem e que apresenta uma funcionalidade amplamente direcionada para a interação entre os sujeitos, ou seja, apresenta as potencialidades para um trabalho pedagógico que possibilidade a interlocução entre o público e o privado e, portanto, uma educação para a formação do pensamento autônomo. No entanto, cabe ressaltar a importância do papel do professor na sistematização e intencionalidade das ações pedagógicas com o uso do recurso WhatsApp, uma vez que pelo fato de não ter sido desenvolvido para fins pedagógicos, o mesmo apresenta uma limitação no controle dos diálogos entre os sujeitos dentro de um grupo, podendo ocasionar dispersão do assunto e dificuldade de acompanhar o debate e a reflexão. Porém, entendemos que o WhatsApp apresenta as potencialidades de um recurso pedagógico para o processo de ensino e aprendizagem nas aulas de filosofia, contribuindo para a motivação e o pensamento crítico e autônomo dos alunos.