O comentário político na crônica[1]
Leonardo Trindade Azevedo[2]
Eixo: Gênero, Literatura e Filosofia
Selma Cavaignac[3]
RESUMO
A crônica brasileira contemporânea tem sua origem no folhetim ainda no século XIX, para alguns autores como José Marques de Melo é um gênero eminentemente jornalístico, outros como Beatriz Resende afirma que a crônica é uma mistura de jornalismo e literatura, capaz de delinear os principais momentos da história do país. Essas peculiaridades são de fundamental importância para analisar as características dos textos à época de cada mudança social e histórica. Mas os cronistas modernos são mais moldáveis e maleáveis, e abriram espaço para o comentário pessoal, o que no cotidiano das redações inclui também o colunismo político. Esta pesquisa bibliográfica tem por objetivo investigar, a partir da interdisciplinaridade, as características do comentário político na crônica. Para isso, buscou-se analisar as colunas dos jornalistas Janio de Freitas, da Folha de S. Paulo e de Dora Klamer, do Estado de S.Paulo. A partir do estudo de Franklin Martins sobre jornalismo político buscou-se analisar as colunas dos dois jornalistas como espaços de opinião e informação, e traçar assim o contraste presente nos comentários dos dois colunistas no período que antecedeu o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em agosto de 2016, quando o Senado Federal decidiu por 61 votos a 20 o afastamento definitivo da petista, após a Câmara dos Deputados receber denúncia de crime de responsabilidade, condição prevista na Constituição para o afastamento de um presidente de suas funções do Executivo. Constatou-se que as características do gênero aliada a subjetividade de cada autor, assim como as peculiaridades da linguagem e da narrativa, são eficazes em estabelecer uma relação íntima com o leitor. Percebeu-se ainda que o comentário político na crônica no jornalismo contemporâneo é articulado para um leitor que busca informação e opinião. Cronistas/colunistas como Dora Kramer e Janio de Freitas, constroem narrativas que criam um diálogo direto entre autor e leitor, característica primária do gênero, sem abandonar o humor e a ironia, recursos que revelam a opinião do cronista. Observa-se também que o jornalismo opinativo preserva uma natureza reflexiva, o colunismo político na cônica contribuiu para isso.
PALAVRAS-CHAVE: Opinião, crônica moderna, literatura e política.
[1] Resumo submetido ao II Simpósio Internacional Interdisciplinar em Cultura e Sociedade, realizado pela Universidade Federal do Maranhão, em São Luis, de 09 a 11 de outubro de 2017.
[2] Estudante de graduação em jornalismo pela Universidade Ceuma, Membro discente do Núcleo de Pesquisa em Comunicação Social (NuPECS), certificado pelo CNPq. E-mail: leonardoazevedo1997@yahoo.com.br
[3] Orientadora da pesquisa no Núcleo de Pesquisa em Comunicação Social, professora do curso de jornalismo e publicidade e propaganda da Universidade Ceuma. E-mail: scavaignac@gmail.com
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