O racismo nas redes sociais: Uma análise das promoções do racismo sofrida pela Miss Brasil Monalysa Alcântara após a coroação do concurso. Aspectos da branquetude nos discursos de ofensa.
Alessandro Silva
Mídia, Patrimônio Cultura e Sociedade
Isanda Maria Falcão Canjão
Universidade Ceuma
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A termologia raça que era tida em sua forma biológica sofre mudanças até chegar nas definições de hoje. O século XIX é carregado de significações quanto as relações e comportamentos sociais vivenciado por negros e brancos, explicados a partir de uma perspectiva biológica e eugenista. Um legado histórico do racismo não está apenas em um passado distante, mas se estende no dia a dia das pessoas. E no que se diz respeito ao Brasil, suas manifestações se estabelecem de modo muito velado, segundo Roberto Da Matta, dificultando sua evidenciação. O objetivo deste artigo é analisar os discursos racistas nas redes sociais como forma de distinção de uma classe e hierarquização, que percebe o outro através de uma lente social que o desqualifica. O caso da jovem Monalysa Alcântara, miss Brasil, será colocado como recorte de análise afim de discutir o racismo nas redes sociais e, através de fundamentações teóricas, argumentar possíveis comportamentos sociais adotados pelas pessoas que, na legitimação da brancura da pele, empregam um padrão hierárquico de ser humano. Quando as questões de raça adquirem um aspecto de comportamento privilegiado, há a existência de branqueamento, segundo Lia Schucman. Partindo dessas prerrogativas propõe-se uma leitura da realidade social a partir de uma visão de mundo que coloca o negro de forma invisível e que, ainda hoje, encontra barreiras para ascender aos espaços sociais. Através dos discursos proferidos por grupos, nessas mídias sociais, pretende-se verificar por que colocam o negro de forma inferiorizada. As análises tornam-se pertinentes a fim de tentar evidenciar nosso racismo, histórico e persistente, como memória coletiva.