Este trabalho tem por objetivo analisar, pelo viés da Ficção Cientifica, a demonização da mulher pela ciência no conto Morfina, lançado na coletânea de contos do autor na obra “O monstro e outros contos”, de 1932, do escritor maranhense, Humberto de Campos, que aborda a temática das transgressões físicas e morais de uma mulher do século XX, rodeada de tabus e regras impostas a seu comportamento a serem seguidas, causados pela dependência química da substancia, morfina. Nesse sentido, a partir da Personagem de Dr. Stewerson, tentaremos identificar aspectos de Ficções Cientificas que focam nas relações sociais, mostrando como a ciência pode subverter os valores morais pré-definidos para uma mulher. Ademais, para Roberto C. Belli em Ficção Cientifica Um Gênero para a Ciência “ No subgênero soft, o desenrolar de uma história vem como pano de fundo do futuro ou uma trama que tenha a ver com a ciência, embora não explicita”. A partir deste fundamento, mas também pela assertiva de Simone de Beauvoir, em sua obra O segundo sexo: a experiência vivida, de 1980, “a civilização patriarcal destinou a mulher à castidade. Satisfazer os desejos sexuais da mulher se confina ao casamento” que nossa análise será conduzida. Também serão utilizados como aportes teóricos autores M. Elizabeth Ginway, Alexandre Meireles, Flora Sussekind e outros pesquisadores que fundamentam o argumento de que Morfina traz em seu formato uma clara crítica à ciência como grande condutora das transformações sociais na narrativa.