A presente mesa tem como objetivo refletir sobre o impacto da tecnologia na esfera artística, sobretudo no tocante à literatura e ao cinema, mostrando como estes dois veículos narrativos projetaram as mudanças social ocorridas pelos avanços tecno-científicos. O final de século XIX e início do século XX foram marcados por incertezas e mudanças sociais que influenciaram direto e indiretamente o contexto artístico brasileiro. As descobertas científico-tecnológicas advindas da Revolução Industrial marcaram o século XIX e produziram novos olhares e novas reflexões em diversas áreas do conhecimento, no início do século XX. Nas esferas artísticas e culturais, o advento do cinema, favorecido pelas descobertas tecnológicas de fim de século, foi responsável pela euforia de uma nova forma de representação do pensamento humano e tentava alinhar-se aos padrões já estabelecidos pelas narrativas literárias. No entanto, no Brasil, levantava-se uma atmosfera de discussões em torno da identidade nacional, que em termos artísticos, culminaria na Semana da Arte Moderna de 1922. A agenda literária brasileira vigente não contemplava qualquer novidade advinda das grandes modelos artísticos mundiais, pois entendia-se que o momento era de nacionalizar a arte brasileira. Mesmo diante de pouca receptividade, por parte dos grandes intelectuais brasileiros, a inevitável parceria Literatura e Cinema ia aos poucos se estabelecendo, mudando as percepções artísticas e favorecendo novos modelos narrativos, muitos deles influenciados pelos avanços tecnológicos.