O presente trabalho visa discutir dois textos antiescravistas: Tragédia no lar e A escrava, respectivamente um poema de Castro Alves e o outro um conto de Maria Firmina dos Reis. O poema produzido nos anos sessenta do século XIX e o conto no fim do século em 1887. Resolvemos fazer um estudo comparado entre estes dois textos por acreditar na similaridade entre eles, mesmo tratando-se de formas narrativas diferentes e de temporalidades relativamente afastadas, ambos tratam da luta contra a escravidão no Brasil e os dois tratam da separação de uma mãe escrava de seus filhos, através da venda dos mesmos por senhores verdugos. Buscamos compreender como e de que forma Castro Alves e Maria Firmina dos Reis, leram e escreveram sobre as relações de famílias sob o jugo da escravidão, principalmente sobre as relações da maternidade com a possibilidade da venda dos filhos de escravos tidos como mercadorias numa sociedade escravocrata. Buscamos compreender em um diálogo da História com a Literatura e da Poesia com a Prosa como os dois escritores usaram suas penas para versar contra a escravidão e também perceber não só similitudes, mas diferenças entre os dois discursos vistos que separados por tempo e leis que versaram sobre a questão servil entre 1860 e 1888. Buscamos compreender, portanto como a literatura de Castro Alves e Maria Firmina dos Reis se entrincheiraram na luta contra a escravidão no Brasil.