Biojoias são peças de ornamentação corporal feitas artesanalmente com elementos naturais que podem ser agregadas, ou não, a metais preciosos. A região Norte é um grande produtor desse tipo de artesanato devido as sementes utilizadas serem extraídas da Floresta Amazônica. O Maranhão, embora localizado na região nordeste, tem parte do seu território formado pela vegetação amazônica, o que proporciona também diversos tipos de sementes, em especial a juçara, conhecida nos demais estados brasileiros como açaí, muito utilizada nesse tipo de artesanato. Embora seja comum encontrar em pontos turísticos vendas de biojoias, as sementes utilizadas são provenientes da região Norte, ficando a cargo dos artesãos locais, apenas a confecção das peças. Na cidade de São Luís, capital do Maranhão, o bairro do Maracanã possui no seu território, o maior juçaral (plantação de juçara) da Ilha e no período de safra, toneladas de polpa da fruta são extraídas e vendidas, no entanto, as sementes são utilizadas para plantio ou adubo, mas a maior parte dessas sementes são descartadas, desperdiçando toneladas, que poderiam ser utilizadas para outros fins, inclusive o artesanato. Nesse contexto, o Núcleo de Pesquisa em Inovação, Design e Antropologia (NIDA), do curso de Design da Universidade Federal do Maranhão, através do projeto de extensão “ARTESANATO NO MARACANÃ: utilização da semente de juçara na produção artesanal”, tem como objetivo utilizar a semente de juçara em produções artesanais, oferendo oficinas de beneficiamento da juçara, criação e produção de biojoias. O projeto está pautado na metodologia do design etnográfico (NORONHA, 2012), onde a pesquisa de design está incorporada aos fundamentos da etnografia, conhecimento da antropologia e a etnografia aplicada ao design. O uso da etnografia como forma de pesquisa possibilita colocar o designer, não como um agente centralizador, detentor do saber, mas de se posicionar como mediador do processo. O trabalho “FRUTA RARA: identidade visual do projeto Artesanato no Maracanã” é parte desse projeto, inserido na etapa de criação que propõe a criação da Identidade visual do nome “Joia rara”, escolhido como elemento identificador do grupo de artesãs do projeto. Para o desenvolvimento da identidade visual (símbolo e logotipo), utilizou-se a metodologia de Kruken (2009), que retrata a valorização do território a e metodologia de Lupton (2014), enfatizando os processos de design. Considera-se que a proposta apresentada, desenvolvida em parceria com o grupo, demostra os valores identitários da comunidade, identificando a atividade artesanal e o grupo.
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