MÉTODO FÍLMICO – CAMINHOS PARA A PRESERVAÇÃO DE UM PATRIMÔNIO NACIONAL

  • Autor
  • EMILSON FERREIRA DE SOUZA
  • Resumo
  • MÉTODO FÍLMICO – CAMINHOS PARA A PRESERVAÇÃO DE UM PATRIMÔNIO NACIONAL

     

    EMILSON FERREIRA DE SOUZA

     Mídia, Patrimônio cultural e Sociedade

    PPGSA/UFPA

    emilsonfesou@gmail.com

    Discute-se a relevância do método fílmico (FRANCE, 1998) para a preservação da Floresta amazônica, instituída patrimônio nacional por meio da constituição Federal Brasileira de 1988. Neste trabalho, o método fílmico é mobilizado para registros dos modos de vida dos seringueiros do Acre, sujeitos que constituem parte da história da borracha em territórios amazônicos. Trabalhadores nordestinos, na segunda metade do século XIX, foram atraídos para a floresta, fugindo da seca e, com a promessa de enriquecimento, converteram-se em seringueiros solitários, presos pelo “inferno verde”. Estes atores inseriram-se no “centro” do sistema produtivo do seringal. A vida na floresta forjou nesses sujeitos um novo modo de vida. A Amazônia (ALMEIDA, 2004, p.40) na década de 1970, em toda sua extensão, sofreu uma política conduzida pela ditadura militar “visando tanto a incorporar seus recursos naturais na economia capitalista nacional e internacional, como a resolver o problema agrário do sudeste e do nordeste do país”.  Assim, começavam os conflitos gerados entre fazendeiros e os seringueiros; os resultados para grande parte dos trabalhadores da floresta foram catastróficos – muitos, para permanecerem com seus modos de vidas, emigraram para a fronteira amazônica boliviana e peruana. Nesta comunicação analiso mudanças dos modos de vidas, a partir do método fílmico, dos seringueiros brasileiros que viviam na faixa de 50 km do território boliviano com o Acre/Brasil e que foram deslocados compulsoriamente para cidades e projetos de assentamentos do INCRA, a partir de 2006. O método que utilizo é o visual, no qual o pesquisador deve ter um olhar sociológico (OLIVARES, 2009), apoiado nos fundamentos teóricos e metodológicos das Ciências Sociais, para poder encontrar a “essência” das relações sociais. As imagens, tanto podem ser fixas ou em movimento; elas podem ser captadas pelo investigador social, como por outras pessoas. Os registros imagéticos promulgam o encontro dos sujeitos que estão diante da câmera e daqueles que operam os aparelhos de captação de imagens (CAMPOS, 2011); “a imagem é sempre o produto original do afrontamento de duas mises en scènes, a das pessoas filmadas e a do cineasta” (FRANCE, 1998, p 48).  Os resultados prévios nos mostram que esses atores deslocados criam estratégias sociais e políticas de re-territorialização para com seus modos de vida, para re-existirem hoje no estado do Acre. Sua história precisa ser problematizada, pois constitui, por si, um bem cultural da região amazônica do Brasil.

     

    Palavras-chave: Seringueiro. Método Fílmico. Modos de Vida. Patrimônio

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  • Seringueiro. Método Fílmico. Modos de Vida. Patrimônio
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