...“Com avencas na caatinga, alecrins no canavial, licores na moringa, um vinho tropical...E a linda mulata, com rendas do Alentejo de quem numa bravata arrebato um beijo...Guitarras e sanfonas, jasmins, coqueiros, fontes, sardinhas, mandioca num suave azulejo... Em “Fado tropical”, Chico Buarque parece sugerir a questão central que baliza esta Mesa Redonda: os matizes ibéricos presentes em terras brasileiras. O objetivo principal é estabelecer um diálogo interdisciplinar entre Literatura, Geografia, Artes Plásticas e História sobre traços e heranças lusitanas do “lado de cá” do Atlântico e, a partir desta descentralização de áreas, provocar um encontro de abordagens conceituais, metodológicas e empíricas sobre uma temática comum, mas sob diferentes olhares. A ideia é romper as fronteiras muitas vezes estabelecidas entre os campos do conhecimento e quebrar o isolamento resultante das falas entre pares. Nesse sentido, a Mesa contará com a participação dos professores da UFMA Antônio Cordeiro Feitosa, do Curso de Geografia; Márcia Manir Miguel Feitosa, do Curso de Letras; Paulo Cesar Alves de Carvalho, do Curso de Artes e Marize Helena de Campos, do Curso de História. Cada Professor tratará de um assunto relacionado à temática, de acordo com sua perspectiva e fundamentos epistemológicos, a saber: A “Baixa” de Lisboa e o Reviver de São Luís: correlações entre os sítios, as situações e as heranças do patrimônio cultural (Prof. Dr. Antônio Cordeiro); Fascínio e ressentimento, atração e repulsa: impressões de Agustina Bessa-Luís sobre o Brasil (Profa. Dra. Márcia Manir); Barroco Áulico: o raro feminino como tema de painéis azulejares em figura de convite (Prof. Esp. Paulo César Alves de Carvalho) e Senhoras Donas Damtre Douro y Minho: elos de ligação entre práticas testamentárias de mulheres lusitanas e maranhenses (1722 – 1822) (Profa. Dra. Marize de Campos). Com essas três vertentes de um mesmo eixo, esta mesa tenciona contribuir para a interlocução de trabalhos sobre “iberismos” que compõem nossa identidade, bem como sugerir novas ideias e debates que possam aprofundar a compreensão de histórias e paisagens das quais somos partícipes.