A intenção deste trabalho é trazer em discussão a relação do campo da estética com o cenário de crise política do país, visando discutir como os artistas têm se comportado diante desse cenário. O trabalho busca fazer investigações sobre o que está sendo produzido no campo das artes e suas relações com a sociedade, por entender que os trabalhos artísticos são o reflexo de seu tempo. A metodologia do trabalho se fundamenta na leitura cuidadosa de textos, livros e artigos acadêmicos e na reflexão do que foi lido para fundamentar os argumentos aqui apresentados e trazer algumas proposições. O pressuposto que estrutura este trabalho é de que as artes visuais são uma experiência da linguagem e como experiência pode nos afetar nos sensibilizando e transformando. Utilizando a estética como ferramenta política buscamos afetar as pessoas através do campo das artes. Utilizamos o conceito de experiência da linguagem de Márcia Tiburi como forma de propor algumas discussões. Partindo desta premissa da arte como experiência da linguagem podemos fazer levantamentos sobre como se está buscando ou construindo formas de alcançar pessoas. Se a experiência da linguagem é o que nos torna seres políticos ou antipolíticos, o campo das artes, em especial o das artes visuais, pode funcionar como método, método que pode contribuir para a qualidade dessa experiência política. Talvez para alguns isso possa não ser arte, já outros podem alegar que prejudica a qualidade estética da obra, por deixar em primeiro plano as questões políticas, mas não, a experiência política é uma experiência da linguagem e como tal nos afeta e dependendo da qualidade desse afeto, a partir da experiência com o outro que ocorre no encontro, essa experiência pode tornar-nos um ser político ou antipolítico. Nesse sentido a arte enquanto experiência da linguagem pode estar nos provocando vivências que nos afetam e nos transformam em seres políticos e dessa forma está contribuindo para o combate ao ódio, autoritarismo e fascismo no cotidiano.