A temática da alfabetização é marcada por discussões e buscas metodológicas que insiram os sujeitos no mundo da lecto-escrita, pois a partir desta aprendizagem poderá interagir, de maneira significativa nos espaços em que está envolvido. Tal afirmação nos aponta, que a alfabetização e seus processos de aprendizagem estarão sempre em pauta nos debates educacionais, tornando-a sempre relevante e atual. Diante do exposto e, em conformidade com a Lei nº 10.436/2002, que define a língua portuguesa como segunda língua para os surdos, trazemos à discussão a alfabetização desses alunos, mas precisamente a formação do professor alfabetizador diante de um contexto que envolve duas línguas (de modalidades distintas) e processos culturais diferenciados. Que concepções teórico-metodológicas norteiam as práticas dos professores que alfabetizam os surdos? Que metodologias são utilizadas no processo de aquisição da leitura e da escrita? Ser fluente em Libras é suficiente para o desenvolvimento de metodologias que contemplem princípios do bilinguismo e da interculturalidade, presentes nesse processo de alfabetização? Freire (2000), Backhtin (1999), Vygotsky (1997), Lodi (2009) e Silva (2001) são referências neste trabalho e enfatizam a necessidade de inserir o sujeito num contexto real da linguagem escrita, em que a língua por ser carregada de ideologia, é veiculo de transmissão cultural, para a estrutura e experiência do pensamento e saber social. O resultado é o delineamento do perfil dos professores alfabetizadores, apontando, elementos necessários à sua formação frente aos desafios que permeiam as práticas para o ensino-aprendizagem de segunda língua no contexto do bilinguismo e da interculturalidade.