O pensamento do homem é fruto do seu tempo. Há coerência entre os historiadores e filósofos no que diz respeito a esta questão fundamental sobre o pensamento: os acontecimentos históricos, o pano de fundo sobre o qual se desenha a vida e o raciocínio do ser humano é o alicerce para as idéias. Assim, podemos inferir que grandes acontecimentos históricos carregam consigo o peso de grandes pensamentos. Não há na história da humanidade momento mais claro para evidenciar este conceito do que a Revolução Francesa. Esta, que é o marco que separa a Idade Moderna da Contemporânea, é também ponto focal de onde surge grande parte do que hoje é pensamento corrente, filosofia do dia-a-dia. De fato, a sociedade ocidental que hoje conhecemos se definiu ali, no turbilhão de idéias, sangue e aço da França de 1789. Porém, assim como a História influencia as idéias, também as idéias influenciam a História, muitas vezes ganhando corpo e vida próprios, maiores do que seus idealizadores. A Revolução Francesa também pode ser considerada um desses raros momentos na história, em que pensamentos e conceitos foram fundamentais para a modificação da sociedade. Entre os historiadores que tratam do tema, são comuns as referências a importância da filosofia e dos pensadores no curso da Revolução. Citam-se Rousseau, Voltaire, Hobbes, Montesquieu e outros, e em vários destes textos é colocado o nome de John Locke como principal influência filosófica. Porém, em se tratando de Locke, a maioria dessas referências é pouco definida. Sabe-se que Locke é um dos grandes expoentes filosóficos do século XVII, pai do pensamento político liberal, fundador do empirismo, defensor do direito de resistência entre outros, sendo participante ativo da Revolução Inglesa
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