1984: A JORNADA DO HERÓI SEM (E)FEITOS
Eixo 2- Gênero, Literatura e Filosofia
Carolina Silva Almeida (UFMA)
Ubiratam Camara Barros (UFMA)
Orientadora: Profª Drª Maria Aracy Bonfim ( UFMA)
A obra de George Orwell (1903-1950), intitulada 1984 (Nineteen eighty-four), distopia publicada em 1948, é considerada uns dos clássicos da literatura mundial. Por se tratar de um período tenso em relação às disputas da Segunda Guerra Mundial, o autor discorre sobre o comunismo e o seu lado nefasto e obscuro. Neste trabalho, pretendemos analisar a figura da personagem principal, Winston Smith, em meio ao regime totalitário, que é imposto na cidade de Londres, espaço do romance. Durante toda a narrativa, ele é quem percebe como o governo manipula as informações, trabalhando no Ministério da Verdade, que, contraditoriamente, era o setor responsável por mudar todas as informações a favor do sistema governamental. Analisar-lhe-emos pela perspectiva do herói, que sua vida, segundo CAMPBELL (2007, p.168), “é apresentada como uma grandiosa sucessão de prodígios”. Herói este sendo o único que tem a capacidade de confrontar as ideias do Grande Irmão (Big-Brother), criatura nunca vista, mas que controla todos os moradores londrinos. Caracterizamos Smith a partir da visão de um ser que se ver de mãos atadas, pois não consegue realizar tudo que almeja, visto que não consegue ir além de um romance com Júlia, sua cúmplice sexual e uma provável conspiradora contra o regime. Como resultado, encontramos nele a figura de um herói que fracassa. “É desnecessário dizer, o herói não seria herói, se a morte lhe suscitasse algum terror; a primeira condição do heroísmo é a reconciliação com o túmulo”. (CAMPBELL, 1997, p. 180). Ao contrário dessa morte, não consegue ter feitos significantes e ainda, demonstrando mais impotência, no final de tudo, ele acaba se rendendo ao Grande Irmão, o amando como todos os moradores daquela cidade.
Palavras-chave: Smith. Herói. Grande Irmão. Comunismo.