O processo de urbanização de logradouros públicos visa à reorganização do espaço urbano, que funciona, ainda, como agente transformador da qualidade ambiental local, com profundas transformações no cotidiano e nas relações sociais, principalmente quando ocorre a participação coletiva na manutenção destes espaços. Diante disso, a seguinte pesquisa visou analisar a percepção da sociedade local sobre a efetivação das Políticas Públicas Urbanas de revalorização e preservação do patrimônio histórico, cultural e público sobre praças e parques de São Luís, Maranhão. A pesquisa abrangeu as praças Nauro Machado e do Pescador e o parque Bom Menino, espaços urbanos de lazer e cultura localizados no Centro Histórico, reformados pelo programa de Revitalização do Patrimônio Histórico e Cultural. A escolha dessas localidades deu-se por serem áreas com intensa movimentação de turistas e frequentados por um aglomerado de agentes sociais que nestes trabalham e/ou moram, o que nos proporciona observar visões diferenciadas sobre o processo de revitalização e manutenção coletiva. Foi realizada uma pesquisa descritiva e documental, com aplicação de questionários semiabertos e de entrevistas semiestruturadas. Constatou-se que as Políticas Públicas Urbanas implantadas nesses espaços demonstram-se ineficientes e sem fins alcançados, pois não se sanaram as necessidades emergenciais constantes de preservação e manutenção. Observou-se que a sociedade descumpriu seu papel de cuidador e mantenedor do bem público, culpabilizando o governo pela ineficácia de suas ações para a revalorização e manutenção desses espaços. Com uma alternativa de revitalizar as áreas, os entrevistados mencionaram que a realização de eventos culturais deveriam ser constantes no decorrer do ano civil. A insegurança, violência, vandalismo e depredação do patrimônio público é um cenário comum observado em todas as áreas, mesmo com a atuação da Companhia de Polícia de Turismo Independente, órgão de apoio às ações de policiamento e preservação do patrimônio turístico de São Luís. Observa-se que tais contextos resultam da insipiente apropriação do conceito ético de preservação patrimonial e cultural na prática educacional formal e informal, na inconstância do processo dinâmico de transmissão entre as gerações sobre a sua identidade histórico-cultural-social que refletem no conceito antiético que permeia as ações e relações entre indivíduos e comunidades com desrespeito as noções de diversidade cultural, cidadania, sustentabilidade, economia e qualidade de vida. É tácito o valor atribuído aos referidos logradouros que devem ser revitalizados e preservados sob normativas com ações pautadas em Políticas Públicas Urbanas associadas à coletividade para a sua elaboração e concretização da manutenção de sua identidade e memória sociocultural através do projeto urbano-paisagístico adaptado à infraestrutura da cidade em crescimento exponencial sob uma vertente sustentável.