Nosso objetivo neste trabalho é o de revisar o "Resumo da Grammatica Prepatória da Infância por Perguntas e Respostas" de Jacob Benzabat, publicada em Portugal em 1899, à luz da História das Ideias Linguísticas,.Recordemo-nos de que, no final do século XX, Portugal vivia grandes mudanças de ordem político-social, incluindo o educacional. Especialmente, em relação aos estudos gramaticais, tanto como no Brasil, coexistiam duas maneiras de compreender a gramática: aquela amparada nos preceitos das obras de inspiração filosófica e uma outra, alicerçada nas de preceitos histórico-comparativos.Na obra em pauta, composta por 74 páginas, o autor pretende ensinar a gramática da Língua Portuguesa para crianças de 7 a 8 anos de "forma simples e clara" (p. IV), informando: " Cada lição indicada em grandes caracteres no alto da página está disposta de modo que acompanhada do respectivo exercício não exceda a esta mesma página" )p.IV). Para tanto, utiliza-se do método de pergunta e resposta: "Uma regra de duas a três linhas responde a uma pergunta (...), e isto combinado de maneira que a resposta, compreendendo em si a pergunta, abranja a regra em sua totalidade". Benzabat não apresenta a concepção de gramática adotada por ele nem a divide em partes. Inicia com o que compreendemos ser fonética, seguindo-se as classes gramaticais, que para ele são 9 (nove). Termina a obra com o que entendemos ser sintaxe, atendo-se às noções de concordância e complementos verbais. Sabemos que, no contexto histórico em que a obra se insere, começavam discorrer a respeito do aprendizado pelo "fazer-fazendo". Apesar disso, o método proposto pelo autor evidencia sua postura do "aprender-decorando". Ao final do trabalho, percebe-se que seus preceitos estão ancorados nas obras de cunho filosófico e, por isso, a tradição é que a norteia.