A contemporaneidade permite uma reflexão filosófica que permeia a conjuntura social, econômica e política a nível mundial, em especial ao que se refere ao espaço existencialista e niilista quanto ao problema da morte e, ou abandono dos “moribundos” propagados em larga escala pela mídia, sobretudo na contemporaneidade. Nobert Elias em A Solidão dos Moribundos, escrito no ano de 1982 nos permitiu traçar um panorama histórico e social considerando quadros comparativos, de certo que, a obra gira em torno da morte, questão central de discussão que corresponde às diversas perspectivas entre grupos sociais e de como tais sociedades possuem concepções e rituais diferentes sobre a questão da morte. O processo de socialização relacionada diretamente com a estrutura de grupos expõe a problemática, de como nos percebemos na contemporaneidade perante o advento da morte. Para Elias, há em sua atualidade certa tendência a favor de uma crença em torno da imortalidade e também pelo afastamento da idéia de morte por considerar esta última um sentimento de fraqueza e degenerescência da condição humana. Se bem percebermos, Elias foi contemporâneo das duas Grandes Guerras, sendo que na primeira foi convocado para ser um combatente nas linhas do Front. Sentiu em suas próprias entranhas as dores da guerra, sobretudo, quando perdeu sua mãe que acabou desaparecendo no campo de concentração em Auschwitz. Vale ressaltar que a leitura de Elias sobre a morte tangencia um diagnóstico sintomático social, cultural e econômico, indo assim além das análises médicas dos sintomas físicos do envelhecimento e da morte. Em nossa comunicação faremos um esboço no sentido compreendermos na leitura de Elias, elementos que evidenciam as razões de alguns indivíduos exibem para si mesmo e para outros uma condição de imortalidade e ao longo da discussão, apontar para o autor faz um direcionamento na qual podemos assumir a problemática da morte, agora sim como um elemento significativo da existência e legitimador da condição humana.
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