Resumo: O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial presente em todos os países. O Brasil está entre os países que possuem as maiores taxas de envelhecimento populacional e segundo as projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano de 2025, o grupo de pessoas com 60 anos ou mais de idade deverá aumentar em quinze vezes, enquanto a população total, em apenas cinco. Esse aumento tornará o país a sexta nação com maior número de idosos, apresentando cerca de 32 milhões de pessoas nessa faixa etária (BRASIL, 2010). Alterações fisiológicas, psicológicas, cognitivas e sociais são evidenciadas nesta fase da vida, da mesma forma que são evidenciados tipos diversos de violências nos espaços sociais e intrafamiliares. Destacam-se contribuições teóricas de Pierre Bourdieu sobre poder simbólico e Simone de Beauvoir sobre a velhice. Barroso (2002) ao se reportar ao envelhecimento social e se apropriando de conceitos de Bourdieu, destaca a forma sigilosa, sutil e silenciosa da violência multifacetada contra o idoso na vida social, denominada de violência simbólica. Quando o olhar se volta para a mulher idosa, tal violência configura-se como expressão das relações de gênero. A idosa ativa e hígida tem sua autonomia ameaçada e padrões comportamentais construídos socialmente impõem um modo dependente e submisso de ser velha. Estudo exploratório-qualitativo e tem por objetivo estudar a violência simbólica contra idosas sob a ótica das relações de gênero. À mulher idosa deve ser dado o direito a viver a sua velhice sem negação de sua cidadania pela imposição silenciosa e sutil de um padrão social fincado no patriarcalismo. Evidenciou-se que ainda é necessário desconstruir estes padrões de submissão e dependência e estimular padrões emancipatórios de viver a velhice de forma digna.