O presente trabalho é o resultado da pesquisa de monografia que buscou compreender as iniciativas de comunicação utilizadas por integrantes do Movimento Humanos Direitos (MHuD) para pautar, na mídia, a temática escravidão contemporânea, com enfoque voltado aos assuntos relacionados à Proposta de Emenda Constitucional 438 e ao Projeto de Lei 432. Conhecida como PEC 438, a PEC do Trabalho Escravo é uma medida que foi aprovada pelo Congresso Nacional em 2014. Essa lei propõe a expropriação de terras que forem flagradas fazendo uso do trabalho escravo e as destinar à reforma agrária ou a programas de habitação, uma medida que a rede de combate a essa prática considera como a segunda abolição da escravidão no Brasil. Entretanto, a bancada ruralista apresentou o Projeto de Lei 432, que propõe alteração no conceito de trabalho escravo eliminando os termos “jornadas exaustivas” e “condições degradantes” do Código Penal Brasileiro. Criado em 2002, o MHuD é uma organização que utiliza a visibilidade dos artistas com o intuito de tornar público crimes cometidos contra os direitos humanos dando apoio as causas sociais empenhadas no combate ao trabalho escravo; erradicação da exploração sexual infantil; demarcação das terras indígenas e das áreas dos quilombolas e ações socioambientais. A proposta é analisar, à luz da teoria da ação comunicativa de Habermas (2012) a atuação do movimento na visibilidade do crime de trabalho escravo bem como a constituição da opinião pública. A pesquisa apresenta um corpus documental de materiais midiáticos sobre trabalho escravo que foram localizados a partir de mapeamento realizado no site do MHuD no período de 2006 a 2016. Como resultados, podemos afirmar que a internet aparece como a principal plataforma de divulgação das temáticas trabalhadas pelo movimento e que a visibilidade midiática dos artistas não garante amplo espaço de divulgação das questões do trabalho escravo contemporâneo na mídia tradicional, embora contribua para a formação da opinião pública sobre a temática no Brasil.