SELETIVIDADE ALIMENTAR E PROBLEMAS DE ALIMENTAÇÃO EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

• Autor
• Julia Bulegon Hermes
• Co-autores
• Sidnei Flores de Pellegrin , Maitê Mendes Pellenz , Tanise de Lima Tadielo , Gustavo Orione Puntel
• Resumo

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  Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado pela falta de interação social e comunicativa, além da realização de atividades restritas, repetitivas e/ou estereotipadas. Esse transtorno está associado a diversas comorbidades, dentre elas as relacionadas com problemas de alimentação. Objetivo: Descrever os estudos que relacionam seletividade alimentar e problemas de alimentação na infância com o TEA. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura realizada nas bases de dados Pubmed, SciELO e Lilacs através da associação dos descritores em Ciência da Saúde “Transtorno do Espectro Autista” [AND] “Seletividade Alimentar” [AND] “Criança” e “Transtorno do Espectro Autista” [AND] “Transtornos de Alimentação na Infância”. A busca foi realizada em português, inglês e espanhol. Considerou-se como critério de inclusão estudos publicados nos últimos 10 anos, especificamente com o público infantil. Foram excluídos estudos que não abordassem a temática da pesquisa e artigos de revisão. Resultados: A amostra inicial foi composta por 54 artigos; desses, cinco foram selecionados para compor a revisão por atenderem integralmente aos critérios de inclusão e exclusão. Três estudos apontaram a relação da seletividade alimentar e problemas de alimentação em crianças com TEA a adversidades sensoriais, como a Disfunção de Processamento Sensorial e/ou Processamento Sensorial Atípico. Destacou-se implicações de sensibilidade gustativa e olfativa (sensibilidade oral e hipersensibilidade sensorial oral atípica), que interferem na recusa e menor repertório alimentar, bem como comprometimentos em múltiplas modalidades sensoriais - sistema tátil, proprioceptivo e vestibular. Dois desses artigos sugeriram a abordagem de Integração Sensorial para tratamento de seletividade alimentar. Ademais, a seletividade alimentar foi apontada como um fator que gera pior qualidade na dieta de crianças com características de TEA na primeira infância, destacando-se essa piora aos oito anos de idade. Um estudo correlacionou os problemas de alimentação a adversidades gerais do comportamento e não especificamente às características do diagnóstico de TEA. Conclusão: Os resultados dos estudos apontam uma importante relação da seletividade alimentar na infância com implicações sensoriais e de processamento sensorial atípico. Tal achado implica na metodologia de atenção à saúde pediátrica ampliada à multidisciplinaridade, demandando uma combinação de tratamentos específicos individualizados ao paciente.

   

• Palavras-chave
• Criança; Seletividade Alimentar; Transtorno do Espectro Autista
• Área Temática
• Agravos prevalentes na infância