USO DE VAL-083 COMO UMA NOVA ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA CONTRA O MEDULOBLASTOMA INFANTIL

• Autor
• Eduardo Cerchi Barbosa
• Co-autores
• Vitor Ryuiti Yamamoto Moraes , Miguel Rassi Fernandes Lopes , Pedro Carvalho Campos Faria , Gabriel Rodrigues Jubé , João Ormindo Beltrão Barros
• Resumo

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  INTRODUÇÃO: O meduloblastoma é um tumor maligno que surge no vérmis cerebelar, sendo o câncer cerebral mais comum na infância, principalmente na faixa etária entre os cinco e doze anos. É um tumor invasivo, classificado como grau IV pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cujo prognóstico é particularmente desfavorável em crianças menores de três anos. Apesar do constante aprimoramento da terapia antineoplásica, observa-se, ainda, desafios como a dificuldade dos quimioterápicos em penetrar a barreira hematoencefálica (BHE) e em vencer os mecanismos de resistência (i.e., O6-metilguanina-DNA metiltransferase [MGMT], mismatch repair [MMR], p53) presentes nos tumores. Especula-se que o quimioterápico de ‘’primeira geração’’ dianidrogalactitol (VAL-083) possa ser uma estratégia promissora frente a estes desafios. OBJETIVO: Avaliar se o VAL-083 está associado à supressão do meduloblastoma infantil. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa de estudos, coletados nas plataformas PubMed, ScienceDirect e Embase; utilizando os descritores ‘’Antineoplastic Agents’’, ‘’Cerebellar Neoplasms’’, ‘’Dianhydrogalactitol’’, ‘’Medulloblastoma’’ e ‘’Pediatrics’’. Foram incluídos 10 estudos, na língua inglesa, disponíveis na íntegra, realizados entre 2016 e 2021. Literaturas destoantes da temática abordada e com repetição entre as plataformas foram excluídas. RESULTADOS: A partir das análises, observou-se que o VAL-083 é ativo contra células de meduloblastoma com características de sonic hedgehog (SHH) de difícil tratamento e com mutações do p53. Este fármaco demonstrou-se altamente eficaz ao atravessar a BHE, bem como ao manter sua funcionalidade independentemente do status de MGMT ou MMR. Além disso, parece não ser afetado pelo status de p53 das células cancerígenas. O mecanismo ainda não está completamente esclarecido, mas acredita-se que o quimioterápico cause quebras robustas e irreversíveis na fita dupla do DNA e uma interrupção do ciclo celular na fase S/G2 das células cancerosas, levando à apoptose. Ressalta-se, ainda, que este fármaco, em combinação com a temozolomida, inibe completamente a autorrenovação de células-tronco cancerígenas no cérebro em crianças. CONCLUSÃO: Em suma, nota-se que o quimioterápico VAL-083 possui um importante efeito antineoplásico nas células tumorais do meduloblastoma infantil. Dessa forma, faz-se premente novos estudos acerca desta temática, para que haja a translação dessas informações para a prática assistencial na oncologia pediátrica.

• Palavras-chave
• Antineoplásicos, Dianidrogalactitol, Meduloblastoma, Neoplasias Cerebelares, Pediatria.
• Área Temática
• Doenças relacionadas as subespecialidades pediátricas