INFLUÊNCIA DA DIETA MATERNA DURANTE A GRAVIDEZ SOBRE O RISCO DE LEUCEMIA INFANTIL

• Autor
• Pedro Carvalho Campos Faria
• Co-autores
• Eduardo Cerchi Barbosa , Vitor Ryuiti Yamamoto Moraes , Pedro Lucas Carneiro Ramos , Eduarda Emília Cruz Bucar , João Ormindo Beltrão Barros
• Resumo

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  INTRODUÇÃO: As leucemias agudas representam um dos tipos mais frequentes de câncer pediátrico. A leucemia linfoblástica aguda (LLA), uma neoplasia do sistema imunológico, é a forma mais comum, sendo responsável por 80% de todas as leucemias diagnosticadas em crianças de 0 a 14 anos. Postula-se que a alimentação durante a gravidez possa influenciar no risco de desenvolvimento de leucemia na criança. OBJETIVO: Avaliar se a dieta materna, durante a gravidez, possui influência sobre o risco de leucemia para a prole. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa de estudos, coletados nas plataformas PubMed, ScienceDirect e LILACS; utilizando os descritores ‘’Leukemia’’, ‘’Diet’’, ‘’Micronutrients’’, ‘’Prenatal Nutrition’’ e ‘’Pediatrics’’. Foram incluídos 12 estudos, em inglês, disponíveis integralmente, realizados entre 2012 e 2020. RESULTADOS: Observou-se que a dieta materna durante a gravidez possui uma grande influência acerca do risco de leucemia infantil. Foi evidenciado que a ingestão dos principais componentes da dieta mediterrânea, como frutas, verduras e legumes, durante a gravidez, implicou em um menor risco de leucemia para a prole no futuro. Além disso, o consumo de peixe, durante o período gravídico, também foi inversamente associado ao risco de LLA em crianças. O mecanismo biológico do consumo destes alimentos ainda permanece incerto. No entanto, postula-se que a ação antioxidante e moduladora da atividade imunológica de micronutrientes (i.e., ácido retinóide, ácido ascórbico, ácido fólico, piridoxina, folato, tocoferol e carotenóides) presentes nestes alimentos exercem ação protetora contra a leucemogênese. O ácido ascórbico pode inibir a proliferação in vitro de células leucêmicas, enquanto o ácido retinóide tem um papel proeminente na indução da diferenciação terminal de blastos leucêmicos e na inibição de seu crescimento mitótico. Vale ressaltar, ainda, que a ablação seletiva de células leucêmicas por um metabólito do ômega-3 poderia explicar o papel protetor do consumo materno de peixe sobre a leucemogênese na infância. CONCLUSÃO: Em suma, constatou-se que mães com alimentação adequada são mais propensas a dar à luz uma criança com menor risco de desenvolver leucemia. No entanto, é necessário mais estudos, para que a dieta adotada pela mãe, durante a gravidez, seja considerada efetivamente um fator protetor contra a leucemia na criança.

• Palavras-chave
• Leucemia, Dieta, Micronutrientes, Nutrição Pré-Natal, Pediatria.
• Área Temática
• Doenças relacionadas as subespecialidades pediátricas