INTRODUÇÃO: Trombos móveis nas câmaras cardíacas direitas são raros e apresentam altas taxas de mortalidade por se associar ao tromboembolismo pulmonar (TEP) maciço. Sua prevalência varia de 4 à 18% nos pacientes com TEP e resultam de migração de coágulos originados no sistema venoso pronfundo ou com formação in situ. OBJETIVO: Relatar um caso de TEP associada a trombo em trânsito no átrio direito. MÉTODO: Informações obtidas pela revisão do prontuário e literatura. RESULTADOS: G.M., 33 anos, histórico de trombose venosa profunda (TVP) há 12 anos, com suspensão da anticoagulação há 4 meses, foi admitido na emergência de hospital terciário com queixa de dispnéia e hemoptise de início há 4 dias, evoluiu com insuficiência respiratória necessitando de suporte ventilatório mecânico e choque circulatório com necessidade de amina vasoativa. Foi realizado ecocardiograma (ECO) transtorácico que evidenciou sobrecarga de câmaras direitas, hipertensão pulmonar (130mmHg) e imagem de trombo em átrio direito, filamentar com ampla movimentação projetando-se para ventrículo direito na diástole. A tomografia de tórax confirmou diagnóstico de TEP. Paciente evoluiu com choque refratário, disfunção múltipla de órgãos e discrasia sanguínea, evoluindo à óbito. DISCUSSÃO: O diagnóstico de trombo em trânsito é incomum no departamento de emergência, porém quando identificado em exames de imagem (ECO, Angio TC, RNM) constitui uma emergência médica devido a alta mortalidade, descrita em estudos de 90 à 100% nos casos que nenhum tipo de tratamento é instituido. Os trombos podem ser classificados pelo ECO em três tipos, sendo o tipo A (móvel, serpiginoso, decorrentes de TEV) o mais relacionado a mortalidade precoce, aproximadamente 42% nos primeiros 8 dias, sendo um terço deles fatal nas primeiras 24 horas. Apesar de necessitar de intervenção imediata, não há consenso quanto ao tratamento, sendo as opções terapêuticas a anticoagulação, embolectomia cirúrgica e trombolítico, os dois últimos com os melhores resultados. CONCLUSÃO: Pacientes com TEP e trombo em trânsito nas câmaras direitas apresentam um pior prognóstico em relação aos pacientes com apenas diagnóstico de TEP. Apesar da necessidade de intervenção imediata, mais estudos precisam ser realizados para auxiliarem a defenir as melhores opções terapêuticas visando reduzir a mortalidade que ainda continua alta nessa situação.