As doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morte no mundo. No Brasil representam cerca de 30% dos óbitos, com 383.961 mortes em 2017, valor que tem se mostrado crescente. Por essa razão, o objetivo do trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico sobre os estudos no Brasil acerca da prevenção para DCV em adultos, fazendo uma comparação com o mundo. Dessa forma, foram realizadas buscas sistemáticas em bases de dados internacional (SCOPUS) e nacional (SciELO). O descritor utilizado nas buscas foi “Prevention of Cardiovascular Diseases in adults”, e foram levados em consideração os registros de documentos publicados entre 2000 e 2019, com os seguintes filtros nos campos das bases de dados: título, resumo e palavras-chave. Além disso, as publicações foram identificadas, armazenadas, tratadas e analisadas pelo ano, país e tipo de documento (artigo, revisão e capítulo de livro). No Brasil, 384 estudos foram encontrados entre os anos de 2000 até a presente data, nas quais o tipo “artigo” é predominante. No entanto, esse número é relativamente baixo quando comparado com os demais países do mundo, que juntos acumulam 15.672 documentos a despeito do assunto, isto é, o país detém 7% da produção mundial. Os Estados Unidos (EUA) lideram o ranking com maior quantidade de publicações ao longo das quase duas últimas décadas, com aproximadamente 5.500 trabalhos. Apesar da grande quantidade de estudos, a prevalência de óbitos por DCV ainda é elevada, estima-se que uma em cada quatro mortes no país, tenha como causa as doenças do coração. No Brasil, os programas do Ministério da Saúde tiveram como atenção essa temática em meados dos anos 2000, já em outros países os programas de intervenção tiveram início nos anos 70 com ações que incluíam campanhas midiáticas educativas. Com isso, conclui-se que o número de estudos brasileiros relacionados à prevenção de DCV não segue a linha de crescimento mundial, fato que pode ser justificado em grande parte pelas pesquisas pontuais, descontínuas e não aplicadas às políticas públicas de saúde.