OCORRÊNCIAS DE SURTOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS NO BRASIL NO PERÍODO DE 2009 A 2018

OCORRÊNCIAS DE SURTOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS NO BRASIL NO PERÍODO DE 2009 A 2018

• Autor
• Isis Regina Barberini
• Co-autores
• Bruna Vaz da Silva Gonçalves , Silvana Krychak Furtado
• Resumo

• INTRODUÇÃO: Doenças transmitidas por alimentos (DTA) são aquelas causadas pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados. É considerado surto de DTA quando duas ou mais pessoas apresentam doença ou sintomas semelhantes após ingerirem alimentos e/ou água da mesma origem, normalmente em um mesmo local. O Sistema de Vigilância das DTA foi definitivamente implementado em 1999, configurando as DTA como notificação compulsória imediata. Trata-se de um sistema de vigilância passivo e universal, com enfoque na notificação e investigação de surtos. Os setores que compõem o Sistema de Vigilância das DTA devem investigar o surto imediatamente após a notificação, desencadeando medidas de intervenção, prevenção e controle, mediante a situação epidemiológica do evento. OBJETIVO: Com base na análise exposta, o presente trabalho teve por escopo apresentar as ocorrências de surtos de doenças transmitidas por alimentos no Brasil no período de 2009 a 2018. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, que estudou as variáveis: ocorrências de surtos, número de pessoas expostas, doentes, óbito por DTA, regiões do Brasil, perfil dos doentes e local de ocorrência. As informações relacionadas ao estudo foram obtidas mediante os dados fornecidos pelo Banco de Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e no período supracitado. A análise dos dados foi realizada por meio do software Excel (Microsoft®). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Entre 2009 a 2018 o Brasil registrou 6.903 ocorrências de surtos, onde 672.873 pessoas foram expostas, dessas expostas, 122.187 ficaram doentes e 16.817 precisaram ser hospitalizadas, com 99 pessoas vindo a óbito por DTA. As ocorrências de surtos no período estudado por região do Brasil em ordem decrescente se caracterizam pelo Sudeste 43,8 % (3.023 / 6.903), Sul 24,8 % (1.711/ 6.903), Nordeste 19,5% (1.346/ 6.903), Norte 6,9% (476/ 6.903) e Centro-Oeste com 5% (347/ 6.903). O perfil dos doentes mais acometidos no Brasil são homens entre 20 a 49 anos 24,1 % (29.485 / 122.187) e a distribuição dos surtos de DTA por local de ocorrência se configura por residência 36,9% (2.547/ 6.903), restaurantes e similares 15,8% (1.090/ 6.903) e outras instituições com 11,6 % (800/ 6.903). As ações de prevenção e controle de surtos de DTA baseiam-se, principalmente, na interrupção da cadeia de transmissão, por meio da identificação e retirada imediata do(s) alimento(s) contaminado(s) dos locais de produção e distribuição. CONCLUSÃO: Diante disso, ressalta-se a notoriedade da importância do estudo epidemiológico na identificação dos casos, intensificação das ações de controle e orientações adequadas do profissional de saúde quanto ao tratamento, prevenção e promoção da saúde, esclarecendo também as sequelas que podem ocorrer ao concepto. Além disso, a vigilância dos casos facilitará o reconhecimento das intervenções necessárias e o planejamento de ações de saúde voltadas ao controle do agravo. 

   

• Palavras-chave
• Epidemiologia; Saúde Pública; Vigilância Sanitária
• Área Temática
• Estudo original