Internações, mortalidade e gastos totais gerados por doenças relacionadas ao inadequado saneamento básico na rede hospitalar do SUS - Brasil (2014 a 2019).

Internações, mortalidade e gastos totais gerados por doenças relacionadas ao inadequado saneamento básico na rede hospitalar do SUS - Brasil (2014 a 2019).

• Autor
• Ana Clara Lemos Andrade Cunha
• Co-autores
• Rhayssa Vasconcelos Leitão , Scarlat Marjory de Oliveira Moura.
• Resumo

• Introdução: Um país subdesenvolvido como o Brasil traz consigo deficiências nas condições socioambientais ofertadas a população. A precariedade na oferta de serviços como o saneamento básico repercute negativamente sobre os gastos dos cofres públicos com o tratamento de doenças e reflete na saúde da população, que tem sua qualidade e expectativa de vida diminuídas. No Brasil, de uma forma geral, o saneamento é precário, onde a região Norte é a que mais se distancia dos requisitos necessários e a região sudeste é a que se apresenta com a melhor classificação. As doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado não deveriam conduzir a internações já que são consideradas doenças potencialmente evitáveis, portanto através de formulações de medidas políticas que garantam a promoção de projetos de educação sanitária, condições mais adequadas podem ser almejadas. Objetivo: Descrever a incidência, mortalidade geral e os gastos totais com internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI) no Sistema Único de Saúde (SUS) Brasil entre 2014 a 2019. Metodologia: Estudo descritivo realizado com dados secundários obtidos através do SIH/SUS. Resultados: Foram registrados 465.363 casos de DRSAI. A região norte foi a que se apresentou com uma maior incidência, 22,1 casos por 10.000 hab, sendo seguida pela região nordeste com 17 novos casos por 10.000 habi. Em contrapartida ao se analisar a mortalidade geral a região centro-oeste encontra-se em primeiro lugar com 1,57 mortes por 10.000 hab, sendo seguida pela região nordeste com 0,16 mortes por 10.000 hab. O diagnóstico mais frequente foi a infecção fecal-oral com 815.386 casos, sendo a principal etiologia a diarreia infecciosa com 807.030 casos. O valor total gerado por doenças infectocontagiosas e parasitarias para o SUS foi de 6,3 milhões, onde cerca de 10% foi destinado apenas para as DRAI. Discussão: A região Norte possui a menor taxa de saneamento básico e é também caracterizada pela maior incidência de doenças evitadas com o sanemanto básico adequado. Quando analisada a taxa de mortalidade, vimos que ela se mostrou maior na região Centro-Oeste, concomitante a um grande gasto destinado a esse grupo de doença. O estudo possui como principal limitação a utilização de dados secundários, portanto algumas doenças consideradas como DRAI não estiveram presentes no estudo. Todavia, o mesmo evidência que a taxa de incidência e os gastos com as DRAI ainda é elevado, portanto, pode servir como base para a realização de medidas que visam melhoria para tais taxas. Conclusão: O estudo traz um panorama dos últimos 5 anos da situação de saúde do Brasil em relação as doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado. Tal trabalho evidência que, apesar das DRSAI serem potencialmente evitáveis, ou seja, comumente não conduzirem internações, no Brasil, nos dias atuais, elas ainda significam uma importante questão de Saúde Pública, o que gera um custo elevado para o SUS.

   

• Palavras-chave
• Inadequado, saneamento básico, doença.
• Área Temática
• Estudo original